Cheias do Sena geram o caos em Paris

Museu do Louvre vai fechar para serem retiradas obras de arte que estão em zonas inundáveis. Hollande anuncia declaração de catástrofe natural parcial.

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Cheias do Sena geram o caos em Paris

Uma parte da linha do metro suburbano (RER C) de Paris foi fechada às 15h em Paris, depois da cheia do rio Sena ter feito com que se infiltrasse água em algumas estações. O museu Louvre será encerrado sexta-feira, para serem retiradas algumas obras de arte e o museu do Quai d’Orsay, à beira rio, cancelou a abertura nocturna desta quinta-feira e vai mesmo fechar mais cedo, às 18h, porque foi posto em acção um plano de protecção contra a cheia do rio, que se espera que atinja o ponto alto na noite de quinta para sexta-feira.

O Presidente François Hollande anunciou que será declarado estado de emergência nas zonas afectadas pela cheia do rio Sena no conselho de ministros da próxima semana. O nível das águas em Paris atingiu 5,13 metros e sexta-feira deve chegar a valores entre 5,30 e 5,90 metros. Toda a zona Centro do país está a ser afectada.

Segundo os serviços meteorológicos franceses, no mês de Maio choveu 2,5 vezes mais do que o normal no departamento de Île-de-France (onde fica Paris), aproximando-se dos valores do recorde absoluto, de Dezembro de 1999.

O plano de emergência do museu de Orsay implica a presença de funcionários suficientes esta noite para levar as obras de arte guardadas nas reservas para as salas de exposição nos pisos superiores. No Louvre, o museu mais visitado do mundo - recebe nove milhões de visitantes por ano -, as portas vão ser encerradas preventivamente também com o objectivo de colocar a salvo algumas obras que estão em zonas inundáveis.

Os alertas de cheia em Paris são preocupantes, com as águas do Sena a subirem tanto que deixa de haver espaço para os célebres bateaux-mouches, que fazem cruzeiros turísticos passarem debaixo das pontes.

Na Ponte de l'Alma, perto dos Campos Elíseos, a água chegou aos joelhos da célebre estátua do zuavo, num dos pilares, que indica aos parisienses o nível das cheias do Sena. "Na quarta-feira ainda só chegava aos calcanhares", disse à AFP Laurent Cheronnet, um dos muitos curiosos que estava a tirar fotografias.

Há já pelo menos duas vítimas das cheias: uma mulher de 86 anos, que foi encontrada morta na sua casa alagada em Souppes-sur-Loing, uma povoação a cerca de 137 km a sul de Paris, e um homem a cavalo que terá sido arrastado pelas águas do rio Yverres, também em cheia, em Evry-Grégy-sur-Yerre, também a sul de Paris, diz a AFP.

Cerca de 20 mil casas estão privadas de electricidade nos departamentos de Île-de-France e Loiret, por causa das inundações.

Na quarta-feira, cerca de três mil dos 13 mil habitantes da cidade de Nemours, a cerca de 75 km a sul da capital, tiveram de ser retirados das suas casas, por causa de uma cheia que ultrapassou o recorde atingido pela de 1960, diz o Le Monde. O primeiro-ministro Manuel Valls visitou a cidade, onde a água chegou ao segundo andar dos prédios, e classificou a situação como “tensa”, diz a Reuters.

 

 

 

 

 

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