As ligações aéreas da TAP entre Lisboa e Porto duplicam a partir deste domingo, com partidas de hora a hora e tarifas desde 39 euros. A chamada ponte aérea passa a ser operada pela TAP Express, o novo nome da Portugália (PGA), que voou pela primeira vez em 1990 e foi integrada no grupo TAP em 2007.

Estão previstas 18 frequências diárias entre as duas cidades entre as 5h30 e as 22h25 para assegurar ligações a voos de médio e longo curso. O início da ponte aérea dá-se quase em simultâneo com o final de algumas rotas directas da Invicta consideradas deficitárias pela companhia aérea: voos directos para Barcelona, Milão, Bruxelas e Roma. Em Lisboa, confirmaram-se o fim de voos para Bogotá/Panamá, Gotemburgo, Hanôver, Zagreb, Budapeste e Bucareste.

A decisão suscitou fortes críticas das autoridades do Norte, particularmente da autarquia do Porto. Rui Moreira chegou a admitir “apelar ao boicote da região” à TAP e neste sábado a Câmara Municipal deu conta de que a TAP vai fazer menos 74 voos semanais do Porto para Europa, Brasil e Estados Unidos.

Numa nota publicada no seu site, citada pela Lusa, a autarquia escreve que estes números, que a transportadora “nunca assumiu nas suas inúmeras comunicações sobre a sua operação de Verão (…), mostram uma redução superior a 35% de passageiros, relativamente ao Verão de 2015”. 

A autarquia destaca que além dos voos cancelados, “a TAP reduz frequências para Londres, Paris, Madrid, Rio de Janeiro, São Paulo, Estados Unidos e Caracas, quando comparada a operação do mesmo período de 2015”. “Mas em Lisboa haverá a partir de domingo mais 59 ligações semanais à Europa, a que se somarão, a partir de Junho sete voos para Vigo e inúmeras ligações aos Estados Unidos”, acrescenta.

Sobre as 18 ligações diárias entre as duas maiores cidades do país, a Câmara considera que “o início” desta operação “parece não estar a correr bem”, já que neste sábado "ainda é possível marcar lugar para todos os 18 voos” programados para domingo, “apesar do número reduzido de lugares dos aviões”.

O novo serviço da TAP Express será feito pela actual frota da PGA (nove aviões Embraer190), quatro novos aparelhos alugados à brasileira Azul e outros quatro com menos de um ano operados pela White Airways (companhia charter que pertenceu à TAP e foi vendida em 2006 ao grupo privado Omni).

A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) deu na semana passada  luz verde à TAP para avançar com o fretamento dos aviões da White. O regulador, que tem vindo a avaliar caso a caso as decisões da transportadora aérea desde que impôs bloqueios à gestão, considerou que o negócio, que envolve uma companhia brasileira fundada por um dos sócios da TAP, tem um valor competitivo face ao mercado. No total, a operação regional terá, para começar, 17 aviões ao serviço.

O preço promocional anunciado é de 39 euros por trajecto, numa rota de alta concorrência. A Ryanair vende bilhetes a 9,99 euros e a CP anunciou recentemente valores mínimos de 9,5 euros por viagem. O percurso de autocarro custa cerca de 20 euros. 

De acordo com fonte oficial da TAP, citada pela Lusa, vai haver dois balcões de check-in exclusivos para os passageiros da ponte aérea, estando o percurso até à porta de embarque assinalado para ser o mais "rápido e simples possível" e para tornar a opção área competitiva.