Confirmou-se a escolha de José Peseiro para treinar o FC Porto e a formalização do acordo entre o clube e o técnico chegou ao final da tarde, através de um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários pela SAD “azul e branca”. Onze dias depois de ter sido oficializada a saída de Julen Lopetegui, os “dragões” encontraram sucessor para o basco: Peseiro regressa ao futebol nacional, após dois anos e meio de ausência, tendo assinado um contrato válido até 30 de Junho de 2017. O vínculo prevê mais uma época de opção e faz de José Peseiro o 25.º treinador da era Pinto da Costa. Rui Barros, que orientou interinamente o FC Porto durante este período de transição, fará parte da nova equipa técnica.

Peseiro será apresentado pelo FC Porto na quinta-feira, às 13h30, e terá no Dragão um duplo desafio: evitar que o clube conclua uma segunda época consecutiva sem conquistar qualquer troféu, e sacudir a imagem, que o persegue, de técnico cujas equipas “morrem na praia”. “Não acredito em ‘pés frios’, acredito em trabalho. Estou confiante. Admito que tenha sido a escolha possível, sendo certo que é uma escolha que traz esperança”, vincou o “notável” portista Manuel Serrão à Rádio Renascença. Na lista de candidatos à sucessão de Lopetegui estariam, segundo a imprensa desportiva, nomes como André Villas-Boas, Leonardo Jardim ou Marco Silva.

“É um treinador que teve sempre algum sucesso, trabalhei com ele na Grécia, mas infelizmente – na altura – não conseguimos o título. Estivemos lá perto. É competente. Trabalha bastante bem a equipa durante a semana, mas os treinadores são sempre vistos pelos resultados. E às vezes não conseguem coincidir o trabalho da semana com os resultados ao fim-de-semana”, notou, também à Renascença, o internacional português Hélder Postiga.

O FC Porto joga nesta quarta-feira à noite para a Taça da Liga, mas Peseiro só deverá estrear-se no fim-de-semana, contra o Marítimo. Será a quarta experiêcia do técnico no principal escalão do futebol português, após Nacional (clube que o técnico levou da II Divisão B à I Liga), Sporting e Sp. Braga. Após uma experiência como adjunto de Carlos Queiroz no Real Madrid, Peseiro tornou-se treinador do Sporting na época 2004-05, numa temporada marcada pela derrota na final da Taça UEFA disputada em Alvalade e pelo falhanço no campeonato, prova em que estava em posição privilegiada, após uma derrota na Luz na penúltima jornada. Seguiram-se experiências na Arábia Saudita, Grécia e Roménia.

Em 2012-13, ao serviço do Sp. Braga, conquistou o mais importante troféu nacional do seu currículo: venceu a Taça da Liga precisamente contra o FC Porto (1-0). “É uma vitória justíssima. Podíamos ter feito mais golos, frente a um adversário enorme como o FC Porto”, afirmou Peseiro após a partida. E acrescentava: “Não me preocupa nada o futuro. Concretizámos um objectivo importante, a Taça da Liga. Mas tão ou mais importante é ficar em terceiro lugar”. Contudo, os minhotos terminariam na quarta posição e o técnico sairia no final da época. Peseiro orientou nas últimas épocas o Al Wahda dos Emirados Árabes Unidos e o Al Ahly do Egipto.

Agora, fará no FC Porto o que já noutras alturas foi sempre confiado a um treinador com experiência no futebol português: a transição a meio de uma temporada. O campeonato será sempre a prioridade, mas o novo técnico terá ainda quatro frentes competitivas para gerir.