A petição criada no site da Casa Branca para a libertação de Steven Avery, actualmente com 53 anos, e Brendan Dassey, preso aos 16, protagonistas do documentário da Netflix Making a Murderer, ultrapassou os 100 mil signatários (conta neste momento 129 mil), tornando-se assim obrigatória uma resposta do governo americano. Nela, a administração Obama explica que, dado que Avey e Dassey são prisioneiros sob a tutela do estado do Wisconsin, o presidente não tem poderes para os amnistiar. “Neste caso, o perdão teria de ser emitido a nível estadual pelas respectivas autoridades."

Uma outra petição com o mesmo objectivo, alojada em Change.org e que reuniu até ao momento mais de 359 mil signatários, recebeu exactamente a mesma resposta por parte da Casa Branca.

Making a Murderer conta o conturbado caso de Steven Avery, cidadão americano condenado por violação em 1985. Dezoito anos depois, a sua inocência foi provada através de testes de DNA e Avery saiu libertado. Em 2005 voltaria à prisão juntamente com o seu sobrinho, ambos acusados de terem assassinado uma fotógrafa, Teresa Hallbach.

O documentário, filmado ao longo de dez anos e estreado no Netflix a 18 de Dezembro último, pretende mostrar que o processo está recheado de fragilidades e contradições, o que levou muitos a considerar o caso como uma injustiça flagrante do estado americano perante dois dos seus cidadãos. “Tendo em conta as provas apresentadas na série documental do Netflix Making a Murderer, o sistema de justiça falhou a ambos os homens de forma embaraçosa, arruinando-lhes a vida por completo”, lê-se na petição endereçada à Casa Branca.