Catarina Martins é uma "personalidade de destaque" para a Politico
O jornal americano especializado em política faz o perfil de 28 personalidade de 28 países diferentes que estão a “definir, sacudir e agitar a Europa”. Catarina Martins é chamada de “cara da Esquerda”.
A Politico é uma conceituada publicação norte-americana fundada por dissidentes do Washington Post em 2007, que cobre questões, ideias e personalidades políticas, com edições impressas e online, e que também agenda eventos e conferências. Na sua versão europeia, a revista publicou na quarta-feira um artigo intitulado POLITICO28, que passará a ser anual, que faz o perfil das 28 personalidades que “estão a definir a política na Europa”. Catarina Martins aparece em 27º lugar.
A “cara da Esquerda” que “abanou a cena política lisboeta dominada por homens”, começa a Politico, explicando que Martins “liderou o radical Bloco de Esquerda a um terceiro lugar nas eleições de Outubro com um número recorde de deputados”.
Apesar de ter “abandonado algumas das exigências mais radicais” enquanto negociava um governo com socialistas e comunistas “da velha guarda”, “como a saída da NATO ou o abandono dos compromissos orçamentais europeus”, o “sucesso de Martins mandou arrepios a todo o establishment da Europa”, refere o jornal americano.
A revista faz um rápido resumo da história do Bloco de Esquerda, caracterizando-o como um “antecessor do mais conhecido Syriza na Grécia e o Podemos em Espanha” mas prejudicado por “cisões internas e conflitos de personalidades”. A Politico diz que o BE não gosta da expressão “líder”, pelo que Catarina Martins é a “representante” do partido, e menciona o “elenco de apoio” da actriz: a “estrela parlamentar” Marina Mortágua e a candidata presidencial Marisa Matias.
O jornal político pede ainda a Catarina Martins um slogan para a Europa e pergunta qual é a figura histórica que mais admira. “Nós [Europa] inventámos o Estado social, temos de reinventá-lo” é o slogan. Em relação à figura histórica, Martins responde “Amílcar Cabral”, “um líder de guerrilha que liderou a luta contra o sistema colonial português em Cabo Verde e Guiné Bissau na década de 60 e 70 e que foi assassinado em 1973”.
O político destacado em 1º lugar na revista é o presidente húngaro Viktor Orbán, conhecido pelas controversas ideias em relação aos refugiados (iniciou a construção de uma vedação de quatro metros de altura ao longo dos 175 km de fronteira com a Sérvia para parar migrações). A Politico justifica a decisão como alguém que põe em causa a ideia de “fronteiras abertas” da Europa e “desafia a noção de representatividade democrática”. Noticia editada por Leonete Botelho