Paquistão executa quatro taliban condenados por massacre numa escola

O Governo adoptou um plano de acção contra o terrorismo, e em menos de um ano 311 prisioneiros foram executados no país.

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Polícia à porta da prisão de Kohat BASIT SHAH/AFP

Foram enforcados nesta quarta-feira na prisão de Kohat quatro taliban condenados à pena capital pelo envolvimento na morte de 151 pessoas, a maioria crianças, numa escola de Peshawar, a 16 Dezembro do ano passado.

Hazrat Ali, Mujeebur Rehman, Sabeel Yahya e Abdus Salam foram condenados à morte em Agosto por darem apoio e fornecerem armas ao grupo de nove atiradores que invadiu a escola, gerida pelo Exército, matando 134 crianças e 17 adultos. Mais três envolvidos foram julgados e condenados à mesma sentença, estando a aguardar a execução.

Os condenados, bem como os autores do ataque, que foram mortos no próprio dia pelas forças de segurança, tinham ligações ao Grupo Jihadista de Toheedwal (TWG), uma facção taliban no Paquistão, que até então não tinha sido identificada. Os homicidas entraram na escola, frequentada maioritariamente por filhos de militares, disfarçados de soldados e levaram a cabo um massacre que fez o Governo suspender a moratória sobre a pena capital em casos de terrorismo, um dia depois do ataque.

Um Plano Nacional de Acção contra o Terrorismo foi posto em marcha pelo Governo após o ataque e foi aprovada a criação de tribunais militares antiterrorismo, que adoptaram o enforcamento como principal método de execução. Em menos de um ano, 311 prisioneiros foram executados após julgamento militares.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, afirmou no mês passado que “a sentença de morte para os quatro terroristas taliban representa a vontade de toda a nação”. A defesa não teve sucesso nos recursos que apresentou em tribunal, e o Presidente, Mamnoon Hussain, rejeitou petições para suspender a sentença.

A pena de morte passou a ser aplicada mesmo em casos que não envolvem acções terroristas, e casos de violação e adultério constam da lista de crimes puníveis com pena máxima. De acordo com a Amnistia Internacional, oito mil pessoas estão no corredor da morte no Paquistão. Entre os acusados, estima-se que estejam cerca de mil menores de idade.

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