Mais leve do que o ar

Uma comédia de enganos fora de tempo e que pisca o olho ao espectador.

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Não haverá melhor prova de que Peter Bogdanovich é um cineasta “fora de tempo” do que esta comédia de enganos à moda antiga, onde nem a presença de uma geração mais recente de actores cómicos como Owen Wilson, Kathryn Hahn, Will Forte ou Jennifer Aniston consegue fazer esquecer que a “matriz” são as comédias screwball dos anos 1930 e a sua raiz nos palcos teatrais. Nem por acaso, Ela é Mesmo… O Máximo (quem raio inventa estes títulos?) é uma história onde o palco e a vida se intersectam de modo cada vez mais aconchegadinho – tudo se passa durante os ensaios para uma nova produção da Broadway, com casais a fazerem-se e a desfazerem-se à velocidade do diálogo. Estar “fora de tempo”, contudo, apenas amplifica a sensação de que andam a fazer falta filmes assim, mais leves do que o ar, clássicos sem serem académicos, que piscam o olho ao espectador e o convidam a entrar no jogo.

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