O filme mais satisfatório do super-inflacionado Denis Villeneuve

Sicario é o filme mais satisfatório de Denis Villeneuve, que tem grangeado fama de “autor” à custa de filmes maçadores e maneiristas.

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Não custa admitir que Sicario é o filme mais satisfatório do super-inflacionado Denis Villeneuve, que tem grangeado uma fama de “autor” à custa de filmes maçadores e maneiristas.

Este é menos maçador (do que por exemplo a sua penosa adaptação do Homem Duplicado de Saramago) e o maneirismo revela-se funcional e mais pragmático do que o costume, mas sem camuflar (pelo contrário, porque ser “vistoso” está na agenda do filme) um virtuosismo de superfície, por vezes brilhante, mas que é só isso, uma “superfície”, investida de uma amoralidade que, pretendendo ser anti-maniqueista (as guerras da droga na fronteira americano-mexicana), é tão esquemática e pré-programada como um exercício maniqueísta.

Bem longe do Michael Mann que tem sido invocado a seu propósito: falta-lhe o pathos e a sinceridade, falta-lhe aquela totalidade orgânica que caracteriza o melhor Mann.

 

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