Belém, parcerias e mais Belém na edição de 2013 da Experimenta Design

A partir de 7 de Novembro, o tema é No Borders, mas os lemas são “parceria” e a relação entre a economia, a indústria e o design

A passagem pedonal de Belém é uma das Intervenções Urbanas projectadas pela bienal
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Belém é um dos pólos da edição de 2013 da Experimenta DR
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Guta Moura Guedes Miguel Manso
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A Experimenta 2013, com um orçamento de 1,6 milhões de euros (redução de cerca de 30% e com 100 mil euros/ano vindos da Secretaria de Estado da Cultura) vai passar-se entre o Chiado, actual sede da bienal de design nascida em 1999, e Belém. Esta é a zona para a qual equipas convidadas pela bienal vão projectar a requalificação da passagem subterrânea “inóspita” entre a Praça do Império e o Tejo, mas também “um conceito integrador de design estratégico” para “o rectângulo” entre a Cordoaria Nacional, o Museu de Etnologia, o Centro Cultural de Belém, a Torre de Belém e o Palácio da Ajuda, como explicou a presidente do evento, Guta Moura Guedes.

Zona onde o Estado tem “algumas das suas jóias da coroa”, como categorizou o secretário de Estado, Jorge Barreto Xavier, equipamentos museológicos e património classificado para os quais pondera “uma gestão integrada”. O discurso público sobre o pólo de Belém tem também sido mais audível nos últimos meses no que toca, por exemplo no caso do Palácio da Ajuda, ao desejo de aproveitar o fluxo turístico da zona para outras instituições próximas     

Belém está então nos planos das Intervenções Urbanas da Experimenta, planeando-se também uma reformulação da sinalética e do equipamento do Jardim Botânico Tropical, com Guta Moura Guedes cautelosa ao dizer que se trata apenas de projectos - “a partir daí logo se vê o que se fará com esta oferta à cidade”. Na memória recente está, por exemplo, a ponte pedonal e ciclável sobre a Segunda Circular, em Lisboa – que venceu o concurso internacional de ideias para Lisboa lançado na edição de 2009 e cujas obras só agora avançam. Resposta do vice-presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, à cautela de Guta Moura Guedes: “Vamos executá-lo. Não prometo é que seja amanhã”.     

Mas a zona está também no mapa da Experimenta ao integrar a lista de locais onde vai montar três das suas quatro exposições nucleares. Mapping the World pensa os novos mapas em contraste com o local de onde partiram os navegadores no século XV no Palácio dos Condes da Calheta; No Borders, o tema da bienal e da sua edição em São Paulo em Agosto de 2014, será uma mostra de mix media comissariada pela Experimenta sobre o tema em parceria com a Fabrica de Luciano Benetton; e Metamorphosis coloca a única lista para já disponível de nomes sonantes nos Claustros do Mosteiro dos Jerónimos. Numa nova parceria com a Corticeira Amorim (depois da linha Matéria, que juntou em 2011 designers portugueses e estrangeiros) Metamorphosis vai pôr Souto de Moura, Álvaro Siza, Jasper Morrison, Jacques Herzog ou Alejandro Aravena a explorar as fronteiras da cortiça.

No Chiado, a exposição Identity é uma espécie de metadiscurso sobre a Experimenta, mas também sobre outros eventos de design e de cultura do mundo, um work in progress que viajará em 2014 para a edição de São Paulo da bienal para “conversar sobre a criação da identidade ligada a cerca de 38 eventos diferentes”.

A palavra-chave, portanto, é parceria. É ela que também permite a estreia do Global Design Forum, dedicado à ligação do design e das empresas, em co-produção com o London Design Festival.

A Experimenta decorre de 7 de Novembro a 22 de Dezembro e contará ainda com as Conferências de Lisboa, três sessões diárias com seis conferencistas na semana inaugural do evento, no auditório do novo Museu dos Coches, mas também com as Open Talks destinadas a públicos mais especializados e com eventos Tangenciais que se focarão na ponte entre a economia e as disciplinas criativas. O simpósio O Futuro do Futuro, a lançar em Setembro em São Paulo, chegará a Lisboa em Novembro.

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