Banif passou de lucros a prejuízos de 86,7 milhões em 2011

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O Banif encerrou 17 agências no ano passado Catarina Oliveira Alves

No relatório e contas que hoje apresentou à CMVM, o banco adianta que o montante líquido das provisões e imparidades ascendeu a 265.767 milhares de euros, reflexo da “conjuntura económica adversa”. O resultado reflecte, também, o impacto das perdas que o banco teve de assumir sobre os títulos de dívida grega no final do ano.

Na primeira metade de 2011, o Banif registara lucros de 8,5 milhões de euros.

O pedido de assistência à União Europeia e ao FMI “veio prolongar e agravar as dificuldades de acesso aos mercados monetários e de capitais internacionais por parte dos bancos nacionais”, sublinha ainda a instituição.

Com a diminuição do crédito líquido e um aumento dos depósitos dos clientes do banco, o rácio de transformação de depósitos em crédito desceu de 140,7% para 119,5%. O plano da troika determina para o sector financeiro um rácio desta ordem, nos 120%.

O rácio Core Tier 1, que mede a solvabilidade das instituições financeiras, estava no final do ano passado nos 10,1% (acima do mínimo exigido no âmbito do programa da troika).

Liderado por Jorge Tomé e com Luís Amado como chairman, o Banif não exclui a hipótese de recorrer à linha de recapitalização de 12 mil milhões de euros destinada à banca no quadro do programa da troika. A hipótese de recorrer a fundos públicos para responder às exigências europeias de reforçar capitais foi admitida ainda quando Joaquim Marques dos Santos estava à frente do banco.

Os depósitos dos clientes aumentaram 10,6%, para 7918 milhões de euros. À ordem subiram 86,4% (2445 milhões de euros), enquanto a prazo diminuíram 7,8% (para 4892 milhões de euros). Nos depósitos de poupança (512 milhões de euros) houve um aumento de 1,7%, enquanto os restantes 69 milhões de euros (de outros depósitos) resultam de um aumento de 72,8%.

O banco encerrou 17 agências e ficou com menos 121 trabalhadores, conseguindo, com isso, parte dos 5254 milhares de euros de poupanças contabilizadas ao longo do ano passado.

O banco nota, no entanto, que a maior fatia das reduções nos gastos administrativos vieram de cortes em serviços informáticos, comunicações, rendas e alugueres, e formação de pessoal.

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