Colegas do jovem que morreu em Lloret del Mar já chegaram a Portugal

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A Câmara de Castro Verde vai, para já, pagar os bilhetes de avião da viagem de regresso dos 21 estudantes Rui Gaudêncio

"Os jovens chegaram há pouco e estão a ir de autocarro para casa", disse ao PÚBLICO o presidente da Câmara de Castro Verde, Francisco Duarte, que está a acompanhar os estudantes ao longo da viagem.

Segundo o autarca, os 21 alunos apresentam um grande "cansaço físico e mental" e estão já a ter acompanhamento psicológico. "Estão muito chocados com o que já leram na comunicação social, que fala da possibilidade de suicídio", diz o autarca, sublinhando que o grupo é "muito unido" e que todos se conhecem muito bem.

Os jovens regressaram a Portugal de avião, em lugares pagos pela autarquia, e um outro aluno deverá regressar através de meios próprios e com os pais. "Não havendo condições por parte da empresa para assumir as despesas, disponibilizamos o pagamento dos bilhetes", afirma. O município vai agora "estudar o assunto já sem a pressão para actuar, para verificar as condições do contrato de viagem" e eventualmente pedir um reembolso, ressalva.

A autarquia quis deste modo responder às vontades expressas pelos pais e pelos próprios alunos, que "queriam regressar o mais rápido possível" a Portugal, disse Francisco Duarte.

O grupo que seguiu na sexta-feira para Lloret del Mar para a viagem de finalistas do ensino secundário era composto por 23 jovens, 21 da escola de Castro Verde, um de Beja e outro de Ourique. "É uma turma bastante unida, que estava junta há muitos anos, conheciam-se muito bem e a perda de um deles é um choque para todos", lamentou o autarca.

No edifício da Escola Secundária de Castro Verde foi hoje colocada uma faixa negra em sinal de luto pela morte do jovem estudante da terra. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar a direcção da escola, que está em reunião durante a tarde.

Queda acidental ou suicídio são as duas hipóteses apontadas pela polícia de Lloret del Mar como causas da morte do jovem, na noite de domingo, num hotel daquela localidade espanhola.

Fonte dos Mossos d’Esquadra, a polícia autónoma da Catalunha, explicou hoje à Lusa que os investigadores “descartam a hipótese de uma morte violenta, de origem criminosa”, ou que se tenha tratado de um caso de balconing, prática de jovens que se atiram das janelas e varandas dos hotéis para as piscinas.

“Não se sabe se terá sido acidental ou suicídio”, afirmou a mesma fonte, explicando que o jovem caiu da janela do quinto andar de um empreendimento hoteleiro em Lloret del Mar cerca das 20h15 locais (19h15 em Lisboa).

A fonte policial explicou que vários dos colegas do jovem, aluno do 12.º ano da Escola Secundária de Castro Verde, foram ouvidos pela polícia, devendo a autópsia ao corpo ser realizada nas próximas horas.

O que aconteceu “foi uma fatalidade”, lamentou hoje o autarca de Castro Verde, referindo que, desde domingo à noite, após o sucedido, a câmara tentou “dar o acompanhamento aos pais de todos os jovens e, em primeiro lugar, aos pais do jovem que faleceu, no sentido de minimizar a ansiedade que todos sentiam”.

Segundo o autarca, entre os pais dos alunos vive-se “um sentimento de aflição e de necessidade de reflexão sobre este tipo de viagens de finalistas”.

Questionado sobre o que se terá passado, Francisco Duarte disse que, “nos meios certos, o assunto será apurado”.

“Haverá um inquérito policial das autoridades espanholas. Há muitas conversas. Penso que ninguém assistiu directamente à situação e, portanto, não vale a pena estar a especular sobre isto”, afirmou.

No entanto, “parece tratar-se de um mero acidente”, acrescentou o presidente da câmara, referindo que o caso faz “reflectir sobre um conjunto de coisas, nomeadamente sobre os objectivos das viagens de finalistas como são encaradas hoje”.

Notícia actualizada às 21h41:

Actualiza informação sobre a chegada dos jovens a Portugal