Vento, chuva e granizo fortes podem ter causado desalojados

Face ao mau tempo, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, encontra-se com o secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, no Comando Nacional da Protecção Civil, em Carnaxide, Oeiras, a acompanhar a situação, deslocando-se na quarta-feira aos locais mais fustigados.

Num comunicado enviado às redacções, o Governo Civil de Santarém estima mais de 200 casas danificadas devido à passagem de um fenómeno que o Instituto de Meteorologia admite ser um tornado.

Nesse sentido, "devido ao número de habitações afectadas, poderão ser registados desalojados, pelo menos em Tomar, situação a ser acompanhada pela Segurança Social e pelo Regimento de Infantaria 15 (RI15)".

Além da possibilidade de desalojados, o Governo Civil contabiliza em Tomar dois feridos graves, 12 ligeiros e oito assistidos no Centro de Saúde da cidade.

Já em Ferreira do Zêzere, a mesma fonte dá conta de quatro feridos ligeiros e vários assistidos no Centro de Saúde local.

A mesma fonte dá conta ainda da persistência de dificuldades de comunicação móvel nos dois concelhos.

Nas operações existe um total de 21 corpos de bombeiros envolvidos, com 48 viaturas e 135 bombeiros, 9 operacionais da Força Especial de Bombeiros, GNR, PSP, Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Segurança Social e RI15.

Segundo Carlos Catalão, chefe de gabinete da governadora civil de Santarém, Sónia Safona, a região tem sido afectada por fenómenos meteorológicos semelhantes ao que hoje atingiu Tomar e Ferreira do Zêzere.

No entanto, a ocorrência hoje registada foi "a mais violenta" desde pelo menos 2006.

"Isto tem a ver com as alterações climáticas e, ano após ano, tem vindo a atingir cada vez mais violência", acrescentou.

Desde 2006, "houve todos os anos pelo menos uma ocorrência deste género", segundo Carlos Catalão.

O chefe de gabinete recordou que, no ano passado, uma central fotovoltaica, na freguesia de Areias, concelho de Ferreira do Zêzere, foi destruída por um temporal.

Por outro lado, em 2008, um fenómeno com características semelhantes atingiu a povoação de Amiais (Santarém), Alcanena e Torres Novas, adiantou Carlos Catalão.