Marrocos eleva para onze mortos balanço da violência no Sara

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Foto tirada por um habitante de El Aaiún na manhã de terça-feira DR

A Frente Polisário diz que morreram pelo menos onze civis sarauís, enquanto Rabat contabiliza a morte de dez elementos das forças de segurança e de um sarauí, funcionário do Gabinete de Fosfatos. Os confrontos começaram com a decisão marroquina de desmantelar um acampamento de protesto que mais de 20 mil sarauís tinham erguido nos arredores de El Aaiún, capital do Sara Ocidental, para pedir empregos e habitação.

Para além dos onze mortos, o movimento independentista sarauí diz que 723 pessoas ficaram feridas e conta ainda 159 desaparecidos. Rabat anunciou que prendeu 163 pessoas na sequência do desmantelamento do campo e garante que “não há quaisquer desaparecidos”.

A violência começou no campo mas depressa transbordou para as ruas da principal cidade da região disputada, onde continuam a verificar-se confrontos e a polícia ainda faz buscas nas casas, segundo os sarauís à procura de activistas pró-independência.

Os Repórteres Sem Fronteiras denunciaram entretanto que uma “dezena de correspondentes estrangeiros foram impedidos” de chegar a El Aaiún nos últimos dias. “Dispondo do Estatuto Avançado junto da União Europeia e candidato à integração, Marrocos não pode impedir o direito à imagem e o acesso à informação”, diz a organização num comunicado.

Segundo o jornal “El País”, 13 jornalistas, na sua maioria espanhóis, foram impedidos segunda e terça-feira de voar de Casablanca para a capital do Sara. As suas reservas foram misteriosamente anuladas pela Royal Air Maroc, a linha aérea marroquina. Alguns chegaram a conseguir obter o talão de embarque, mas funcionários da empresa retiraram-lhos.

Os voos a partir de Las Palmas para El Aaiún operados por empresas canárias estão suspensos, enquanto os estrangeiros que tentam chegar ao Sara Ocidental por estrada têm sido barrado num controlo policial em Tan Tan, no Sul de Marrocos.

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