“Devo aplicar o programa com base no qual fui eleito. É um programa que adopta as negociações como meio para a resolução pacífica do conflito com Israel”, afirmou o líder palestiniano, em conferência de imprensa.

Naquela que foi a sua primeira intervenção pública desde a vitória dos islamistas nas legislativas, Abbas confirmou que vai convidar o Hamas a formar governo.

Contudo, Abbas sublinhou que o novo Executivo terá de “respeitar os acordos e compromissos assumidos [pelos seus antecessores] perante a comunidade internacional”.

O líder palestiniano fez referência directa aos acordos de Oslo, que em 1994 deram origem à criação de instituições palestinianas autónomas, e ao “Roteiro”, um plano internacional de paz, datado de 2003, que define as várias etapas até à criação de um Estado palestiniano independente.

O Hamas, que não reconhece a existência do Estado de Israel e defende a luta armada como via para a autodeterminação, não reconhece nenhum destes compromissos.

Ao contrário do que foi anunciado horas antes, Abbas afirmou que a Fatah – o partido histórico palestiniano que ele lidera desde a morte de Yasser Arafat – ainda não tomou uma decisão definitiva sobre a sua eventual participação num governo liderado pelo Hamas.

“Este assunto não foi discutido pelo Comité Central e nenhuma decisão foi tomada”, afirmou Abbas, desmentindo alguns dos seus colaboradores directos. “Eu próprio irei falar com todos as bancadas do Parlamento com vista à formação de um novo Governo”, conclui.