Sousa Franco: perfil


António Luciano Pacheco de Sousa Franco nasceu em Lisboa há 61 anos. Sousa Franco destacou-se na política nacional como ministro das Finanças do primeiro governo socialista de António Guterres e atingia agora novo momento de protagonismo político como cabeça de lista do PS às eleições europeias.

António de Sousa Franco teve formação católica e chegou a ponderar seguir o curso de Engenharia, mas acabaria por se formar, com média de 18, em direito na Faculdade de Direito de Lisboa. Foi nesta faculdade, bem como na Universidade Católica, que dedicou parte da sua vida ao ensino.

O seu percurso político começa na direita, onde chegou a participar na elaboração dos primeiros estatutos do CDS, antes mesmo da sua fundação. Mas é no PPD/PSD, no qual se filiou em 1974, que chega a presidente dos sociais-democratas no início de 1978, cargo que abandonou quatro meses depois em divergência com as linhas dominantes sociais liberais. No ano seguinte abandonou o partido em ruptura com Sá Carneiro, juntamente com outros membros, com quem viria a fundar a ASDI. Também só esteve quatro meses na presidência da Caixa Geral de Depósitos, cargo que lhe foi atribuído por Vasco Gonçalves.

É nessa época quente que se aproxima da esquerda. Em 1976, ocupou o cargo de secretário de Estado das Finanças, com Zalgado Zenha como ministro da tutela do Governo de Mário Soares. Em 1979 é, por pouco tempo, ministro das Finanças de Maria de Lurdes Pintasilgo. Mais tarde, alia-se a Mário Soares na FRS, uma frente para combater a Aliança Democrática.

Os cargos e actos políticos sucedem-se: apoiou Freitas do Amaral nas presidenciais de 1986, de que Soares saiu vencedor, e apoiou Marcelo Rebelo de Sousa para a Câmara de Lisboa em 1989. Voltou a ocupar um lugar de Estado, em Junho de 1986, com o convite de Miguel Cadilhe, então ministro das Finanças de Cavaco Silva, para presidir o Tribunal de Contas.

Os portugueses recordam-no sobretudo como ministro das Finanças do primeiro Governo de António Guterres, entre1995/1999. Entre 1996 e 1999 representou o PS no grupo dos Partidos Socialistas Europeus, tendo sido redactor da declaração de Atenas sobre "Crescimento, emprego e coesão social" (1997) e da declaração do PSE intitulada "A nova via económica. Reformas económicas na UEM" (1998).

Este ano foi escolhido pelos socialistas para liderar a lista do partido às eleições europeias, tendo como companheiros de campanha António Costa, Ana Gomes e Elisa Ferreira.

Autoria: Lusa/PUBLICO.PT


Sousa Franco morreu de ataque cardíaco fulminante

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Sousa Franco faleceu esta manhã em Matosinhos, pouco depois de uma agitada passagem pela lota local Tiago Petinga Lusa

Segundo a mesma fonte, foram ainda detectadas lesões antigas e uma deterioração das artérias coronárias.

A urna transportando o corpo de Sousa Franco saiu ao final da tarde do Instituto de Medicina Legal do Porto, onde foi realizada a autópsia, seguindo para Lisboa.

O corpo do professor de Direito e antigo ministro das Finanças ficará, a partir das 22h00 de hoje, em câmara ardente na Basílica da Estrela, onde na próxima sexta-feira se realizará a missa de corpo presente, presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, seguindo depois para o Cemitério dos Prazeres.

Uma fonte do PS adiantou que o cortejo fúnebre passará pela Faculdade de Direito de Lisboa, onde Sousa Franco era professor catedrático, para aí receber honras académicas. No entanto, esta informação não foi confirmada pela agência funerária.

António Sousa Franco, de 61 anos, morreu hoje em Matosinhos, uma hora depois de abandonar a lota local, onde se registaram incidentes entre apoiantes socialistas, durante uma acção de campanha para as eleições europeias.

Segundo o director clínico do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, o candidato socialista, assistido por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica, entrou já sem vida na unidade, não tendo reagido às várias tentativas de reanimação a que foi sujeito.

A morte do candidato levou todos os partidos a interromperem a campanha eleitoral para as europeias, que deveria terminar apenas na próxima sexta-feira, tendo o Presidente da República, que se encontra em Bragança, anunciado o cancelamento de todas as cerimónias ligadas às comemorações do Dia de Portugal previstas para hoje. O Governo decretou, entretanto, um dia de luto nacional pela morte do candidato socialista a cumprir sexta-feira.

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