Uma família de três portugueses escapou por pouco ao ataque de Nice
Pai, mãe e filho de três anos saltaram para a praia e escaparam quase ilesos. Só no dia seguinte procuraram ajuda numa clínica.
Uma família de três emigrantes portugueses escapou quase ilesa do ataque de Nice, que provocou a morte de pelo menos 84 pessoas que, na passada quinta-feira, festejavam o ferido do Dia da Bastilha, confirmou esta terça-feira a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. Pai e mãe, ambos de 34 anos, e um filho de três anos, estavam no Passeio dos Ingleses quando um camião se lançou sobre a multidão que acabara de assistir ao fogo de artifício lançado para celebrar o mais importante feriado francês. São assim quatro os portugueses que integram a lista oficial de feridos no atentado. O quarto, um homem de 52 anos que trabalha no Mónaco, continua hospitalizado.
"Esta família conseguiu escapar quase ilesa porque saltou para a praia. Terão sofrido apenas algumas escoriações. Naquela noite a família foi para casa e só no dia seguinte foi a uma clínica fazer um despiste", adianta o assessor de imprensa da secretaria de Estado, Víctor Pinto. O facto de não terem procurado ajuda das autoridades portuguesas nem um hospital fez com que só esta terça-feira, dia em que o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês partilhou a lista oficial de feridos com Portugal, se tenha descoberto esta família entre os que ficaram feridos na sequência do ataque. Os números das vítimas mortais foi sendo sucessivamente actualizado e no dia seguinte ao ataque o balanço oficial contabilizava 84 mortos e 202 feridos. No passado sábado a ministra francesa da Saúde, Marisol Touraine, precisou que os serviços de saúde tinham atendido 303 pessoas envolvidas no atentado.
Neste momento, a secretaria de Estado apenas adianta que se tratam de emigrantes portugueses que residem nos arredores de Nice e que estavam inscritos no consulado local. Não se sabe ainda de que região portuguesa são, nem há quanto tempo estão a viver em França. Sobre o emigrante hospitalizado, Víctor Pinto explica que este apresenta um ferimento grave numa perna e que já esteve para ser sujeito a uma intervenção cirúrgica, mas tal acabou por não ocorrer. "A estimativa é que permaneça mais de um mês hospitalizado", adianta o assessor de imprensa.
Na noite do ataque, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, precisou que havia 10 mil portugueses a viver em Nice.
Mohamed Lahouaiej Bouhlel, um imigrante de 31 anos, de origem tunisina e nacionalidade francesa, conduziu o camião usado no massacre, reivindicado apenas no sábado pelo Estado islâmico. O suspeito, morto pelas autoridades francesas, era um desconhecido dos serviços de informação.