Mais de três milhões de pessoas morrem todos os anos por causa do álcool

Autores do estudo da Organização Mundial de Saúde mostram-se preocupados com o aumento constante do consumo de álcool entre as mulheres

Foto
Especialistas estão preocupados com o aumento constante do consumo de álcool entre as mulheres Público (arquivo)

"Precisamos de fazer mais para proteger as populações das consequências negativas do consumo de álcool para a saúde", disse Oleg Chestnov, director-geral adjunto da OMS para as doenças não transmissíveis e a saúde mental. Citado num comunicado da organização, o responsável sublinha que "não há espaço para complacência quando se trata de reduzir o consumo nocivo de álcool".


O consumo nocivo de álcool é definido pela OMS como o consumo que causa consequências negativas para o consumidor, as pessoas que o rodeiam e a sociedade como um todo, assim como padrões de consumo associados com o aumento do risco de problemas de saúde. Segundo a organização sediada em Genebra, o consumo de álcool pode provocar dependência, mas também aumentar o risco de mais de 200 doenças, incluindo cirrose hepática e alguns cancros.


O consumo nocivo pode ainda provocar violência e ferimentos, assim como pode aumentar a susceptibilidade dos consumidores a doenças infecciosas como tuberculose ou pneumonia. Segundo o relatório publicado esta segunda-feira, cada habitante do mundo com mais de 15 anos consome em média 6,2 litros de álcool puro por ano, o que equivale a 13,5 gramas de álcool puro por dia. No entanto, como apenas 38,3% das pessoas bebe realmente álcool, aqueles que bebem consomem em média 17 litros de álcool puro por ano.


O documento sublinha ainda que há uma maior percentagem de mortes relacionadas com o consumo de álcool entre os homens do que entre as mulheres – 7,6% das mortes masculinas contra 4% das mortes femininas – embora as mulheres sejam mais vulneráveis a algumas doenças relacionadas com o álcool do que os homens.

Além disso, os autores mostram-se preocupados com o aumento constante do consumo de álcool entre as mulheres.
"Constatámos que em todo o mundo cerca de 16% dos consumidores têm episódios de consumo excessivo (...) que é o mais prejudicial para a saúde", explicou Shekhar Saxena, director para a saúde mental e o abuso de drogas e outras substâncias na OMS. A nível global, a Europa é a região com o consumo per capita mais elevado, com alguns países a registarem níveis particularmente altos.