“Nós contra eles”: a pureza e a lealdade são o reduto do discurso de ódio

A moralidade e o ódio andam a par. E, no discurso contra os “de fora”, a linguagem é um veículo preferencial para incitar ao preconceito e à violência. Investigação pode ajudar a reduzir ódio online.

Foto
Fotógrafo ajuda refugiada rohingya a atravessar a fronteira entre a Birmânia e o Bangladesh Hannah McKay/Reuters
Ouça este artigo
00:00
08:21

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Não é raro ouvir comentários de que a linguagem não magoa – esse é, por oposição, o reduto das acções. No entanto, apesar de não ferir fisicamente, a linguagem tem o poder de incitar ao ódio e à violência contra minorias. Há exemplos ao longo do último século, desde a propaganda nazi à retórica radiofónica no Ruanda contra a minoria tutsi ou, mais recentemente, o uso das redes sociais por alguns monges budistas para perseguir a minoria muçulmana rohingya na Birmânia. Todos estes actos apontam no mesmo sentido: a linguagem, principalmente se incluir certos princípios morais (como o “ser puro” ou a “lealdade ao meu grupo”), pode ser um instrumento de ódio para atacar quem é “de fora” – como minorias ou estrangeiros, por exemplo.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.