“Nós contra eles”: a pureza e a lealdade são o reduto do discurso de ódio
A moralidade e o ódio andam a par. E, no discurso contra os “de fora”, a linguagem é um veículo preferencial para incitar ao preconceito e à violência. Investigação pode ajudar a reduzir ódio online.
Não é raro ouvir comentários de que a linguagem não magoa – esse é, por oposição, o reduto das acções. No entanto, apesar de não ferir fisicamente, a linguagem tem o poder de incitar ao ódio e à violência contra minorias. Há exemplos ao longo do último século, desde a propaganda nazi à retórica radiofónica no Ruanda contra a minoria tutsi ou, mais recentemente, o uso das redes sociais por alguns monges budistas para perseguir a minoria muçulmana rohingya na Birmânia. Todos estes actos apontam no mesmo sentido: a linguagem, principalmente se incluir certos princípios morais (como o “ser puro” ou a “lealdade ao meu grupo”), pode ser um instrumento de ódio para atacar quem é “de fora” – como minorias ou estrangeiros, por exemplo.
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