APRENDER COM O PÚBLICO
A vida marinha. Plano de aula para o pré-escolar
O oceano assume um papel de extrema importância, quer para o planeta Terra, como para todas as formas de vida que nele habitam.
Contextualização
A maior parte da água que existe na Terra (97%) encontra-se no oceano. Embora vasto, o oceano é finito, os seus recursos são limitados e ainda há muito por explorar (estima-se que, atualmente, seja conhecida menos de 5% da extensão oceânica).
O oceano assume um papel de extrema importância, quer para o planeta Terra, como para todas as formas de vida que nele habitam. O oceano disponibiliza diferentes tipos de habitats e inclui uma grande biodiversidade (alguns dos principais grupos de organismos só existem no oceano). Acresce que, o oceano tem um controlo fundamental sobre o clima e as condições meteorológicas, transporta energia e domina os ciclos da água e do carbono, atenuando as oscilações de temperatura e mantendo a estabilidade da composição da atmosfera. Do oceano, o Homem também obtém alimento, medicamentos e recursos vivos e não vivos. Contudo, o Homem afeta o oceano de várias formas: leis, regulamentos e gestão de recursos influenciam tudo o que é extraído e depositado no oceano e várias atividades humanas têm conduzido a um aumento da poluição, levando a alterações físicas nas praias, nas costas e nos rios.
Posto isto, todos temos de assumir a responsabilidade de proteger e preservar o oceano. A educação para a sustentabilidade assume-se, assim, como um pilar fundamental da educação ambiental. É imperativo aumentar a literacia sobre o oceano, bem como a consciência ecológica e ambiental das crianças e jovens, na tentativa de promover valores e mudanças de atitudes/comportamentos face ao meio ambiente e à natureza (em geral) e ao oceano (em particular), sempre numa perspetiva de desenvolvimento sustentável. Portanto, temas como a poluição, a destruição e degradação de habitats, a sobrepesca e a perda de biodiversidade devem ser aspetos abordados e enfatizados desde tenra idade (National Oceanic and Atmospheric Administration e National Marine Sanctuary Foundation, 2013).
Destinatários
Alunos do pré-escolar
Material
- Notícia "No Oceanário, esta semana foi como outra qualquer" de José Sena Goulão (Lusa), publicada no PÚBLICO a 1 de julho de 2022;
- Livro Mostra-me O MAR! de João T. Tavares publicado pela Casa das Ciências a 1 de julho de 2021
- Computador e projetor
Duração da atividade
Deixamos ao critério do professor a gestão do tempo, de acordo com os recursos de que dispõe e as caraterísticas da sua turma.
Objetivos
- Apropriar-se do processo de desenvolvimento da metodologia científica nas suas diferentes etapas: questionar, colocar hipóteses, prever como encontrar respostas, experimentar e recolher informação, organizar e analisar a informação para chegar a conclusões e comunicá-las;
- Aprender a expressar ideias e sentimentos, a escutar os outros e a sentir empatia;
- Ganhar curiosidade e interesse pelos acontecimentos da atualidade;
- Falar sobre os meios de comunicação que mais se utilizam em casa e o modo como se utilizam.
Antes das atividades
- O educador organiza o ambiente educativo de forma a estimular a curiosidade das crianças;
- Dialoga com elas sobre o que sabem sobre a vida marinha;
- Questiona-as sobre locais onde podem apreciar estas formas de vida para ativar os conhecimentos implicados nas atividades que se seguem.
Sequência de atividades
- Projetar a notícia;
- Questionar sobre o motivo de algumas palavras estarem com letras "maiores e diferentes" (título); a origem daquele trabalho (jornal); o que é um jornal e o que sabem sobre este meio de comunicação.
- Leitura do título para o grande grupo;
- Questionar sobre o que as crianças esperam ver e ouvir, a partir daquele título;
- Facultar a visualização das imagens do artigo do PÚBLICO e, simultâneamente, incentivar o comentário livre sobre as mesmas;
- Questionar sobre o tipo e as caraterísticas dos seres vivos que vêem e a sua ligação com o mar;
- Preparar para a audição da história “Mostra-me O MAR!” - dialogar sobre diferentes locais onde podemos recolher informação (jornais, livros ...)
- Explorar a capa do conto e estímular o estabelecimento de conexões com o momento anterior da aula;
- Convidar as crianças a anteciparem o conteúdo do conto;
- Ler a história;
- No final da leitura, dar tempo às crianças para que verbalizem as suas impressões sobre o que ouviram;
- Conduzir o diálogo para que identifiquem as personagens;
- Propor a organização dos animais da história segundo as suas caraterísticas físicas. O educador pode mostrar exemplos de materiais com diferentes texturas (penas, conchas e outras superfícies) ou de objetos do dia-a-dia que façam lembrar as texturas das personagens (o mero tem escamas, as lapas têm concha, o caranguejo tem carapaça e o polvo tem pele nua e macia);
- Orientar o diálogo para a identificação do problema que desencadeou a história;
- Na narrativa, o caranguejo teve várias sensações e sentimentos. Pedir às crianças que identifiquem os momentos em que a personagem principal sentiu medo, teve fome e teve vontade de ir para casa;
- Dialogar sobre os fatores que colocam em perigo a vida do oceano e daqueles que dele dependem.
Mais propostas
- Elaborar um painel com palavras relacionadas com o mar e vida marinha;
- Construir um painel com imagens de animais agrupados pelas suas caraterísticas externas;
- Ilustrar momentos ou personagens da história;
- Realizar cartazes com sugestões dos alunos para a preservação dos oceanos.
Avaliação
- Pelo envolvimento e participação;
- Pelo conhecimento que o aluno revela do mundo à sua volta;
- Pela capacidade de comunicar as suas ideias.
Outros recursos Casa das Ciências
- Deserto
- Floresta boreal
- Floresta tropical húmida
- Praia rochosa
- Montanha
- Peixe
- Aves
- Caranguejo
- Percebes
- Mexilhão
- Lagostim
- Polvo
Bibliografia
National Oceanic and Atmospheric Administration e National Marine Sanctuary Foundation. Ocean Literacy – The Essential Principles and Fundamental Concepts of Ocean Sciences for Learners of All Ages. 2013. Disponível em: https://www.coexploration.org/oceanliteracy/documents/OceanLitChart.pdf
Nota: O jornal PÚBLICO não é escrito segundo o Acordo Ortográfico de 1990.