Livros
Livros a Oeste no ecrã e fora dele
Arrancou nesta terça-feira, 11 de Maio, mais uma edição do festival literário Livros a Oeste. Até aqui, assistia-se só na Lourinhã; agora, chega a qualquer lugar.
Depois de uma interrupção no ano passado, a 9.ª edição do Livros a Oeste começou nesta terça-feira, sob o mote “O Reencontro”. Sessões no ecrã e fora dele preenchem cinco dias que procuram dar resposta à pergunta: “Quantas histórias cabem numa história?”
Num total de perto de 40 autores, encontramos nomes como Adolfo Luxúria Canibal, Afonso Cruz, Amosse Mucavele, Manuel Fernando Pinto do Amaral, Gonçalo M. Tavares, Isabel Zambujal, José Luís Peixoto, Mário Zambujal, Miguel Real, Ondjaki, Patrícia Portela, Rachel Caiano, Rui Zink e Sérgio Godinho, entre outros. Irão celebrar a escrita, os livros, a leitura e os leitores, havendo lugar ainda para a música, o teatro e a performance.
Por isso, há Histórias Musicadas, Histórias Partilhadas, Histórias ao Postigo, Histórias Ilustradas e até uma História de Vida, em homenagem a Isabel Mateus, fundadora do Museu da Lourinhã, que morreu recentemente.
Aposta no público jovem
“Se a transmissão online de várias destas sessões não permite absorver toda a energia que sentimos quando assistimos presencialmente a uma conversa ou uma actuação, por outro lado, a utilização do digital permite-nos ampliar o leque de convidados (contornando a distância geográfica) e criar novos formatos, tornando o próprio meio de transmissão e as suas possibilidades técnicas um aliado”, diz o jornalista João Morales, programador do festival, organizado pela Câmara Municipal da Lourinhã desde 2012.
Na sessão de inauguração, conduzida por Paulo Condessa, o vereador da cultura e educação do município, José Tomé, disse: “Continuamos determinados em manter o festival Livros a Oeste como uma referência na programação cultural da Região Oeste.”
Na divulgação do encontro, já o autarca tinha lembrado “a aposta num público mais jovem, em idade escolar, alimentando o prazer da leitura junto daqueles que são as próximas gerações de leitores”.
Agora, reforçou essa importância: “Para nós, o livro e a leitura e tudo o que de alguma forma está inter-relacionado com este tema é um pilar fundamental para a nossa qualidade de vida.” E relembrou que anualmente os alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário podem participar no Prémio de contos Livros a Oeste. Os vencedores foram conhecidos no primeiro dia do festival e estiveram em videoconferência com os organizadores.
Para lá da Lourinhã
No formato deste ano, ganha-se a possibilidade de os encontros com os escritores extravasarem as salas de aula e a própria escola. “As sessões destinadas ao público escolar, além de serem visionadas nas salas de aula da Lourinhã, como habitualmente, passam a estar acessíveis a todos os outros professores do país, que podem programá-las para os seus alunos”, diz João Morales.
Em conversa com o PÚBLICO, o programador quis felicitar “as autarquias que não baixaram os braços a pretexto da pandemia e continuaram os seus projectos, apoiando os agentes culturais que os viabilizam”. Também as adaptações necessárias aos novos formatos permitiram “dar trabalho a muita gente”, completa, satisfeito. Além da Lourinhã, outro exemplo que o alegra é o da Póvoa de Varzim, que não desistiu do Correntes d’Escritas e que o realizou online, com programação de Manuela Ribeiro.
Reencontro ao vivo
O reencontro ao vivo com a população vai ser possível nas sessões das 19h30, no Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira. Os lugares são limitados e há que fazer inscrição prévia através do email da Biblioteca Municipal da Lourinhã (biblioteca@cm-lourinha.pt).
O Livros a Oeste tem como parceiros na divulgação desta edição o PÚBLICO na Escola, os blogues Letra Pequena e Deus Me Livro e ainda a Rádio Miúdos, que formou e coordena a RibaRádio, uma rádio escolar com alunos da Escola de Ribamar. A livraria Snob associa-se ao festival, com uma feira do livro virtual, com preços especiais para as obras dos autores convidados.