Concurso “Isto também é comigo!”

Estão de parabéns Jéssica Alves e Joana Gonçalves, de Vila Pouca de Aguiar

“Incerteza” quanto às regras de acesso ao ensino superior preocupa e indigna as duas alunas do 12.º ano, vencedoras da edição de janeiro da iniciativa promovida pelo PÚBLICO na Escola e a Rede de Bibliotecas Escolares.

Público na Escola

25 de Fevereiro de 2022, 20:59

publico-escola, — Julho de 2021. Alunas da Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, antes do exame nacional de Português do 12.º ano Rui Gaudêncio

Jéssica Alves e Joana Gonçalves, alunas do 12.º ano no Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar, não se conformam com a indefinição que rodeia as regras de acesso ao ensino superior. O texto de opinião que subscrevem, a propósito de uma notícia do PÚBLICO acerca do assunto, venceu a edição de janeiro do concurso “Isto também é comigo!”. Ficamos a conhecê-lo aqui:

“Uma notícia revoltante”

Após uma pesquisa no jornal online “Público” deparámo-nos com um título de uma notícia revoltante (“Ministro empurra para futuro Governo decisão sobre regras de acesso ao ensino superior”), publicada no dia 20 de janeiro. Por sermos alunas do último ano do ensino secundário, este é um assunto que nos tem preocupado grandemente durante os dois últimos anos.

Ao analisarmos a notícia verificámos que a decisão em relação à obrigatoriedade da realização dos exames só será tomada, na melhor das hipóteses, em março. Uma decisão desta envergadura deve ser tomada o mais breve possível, permitindo, assim, que os alunos decidam qual/quais os exames que irão realizar e que se organizem de forma a estudar antecipadamente e continuamente. Pensamos que os programas e metas curriculares das disciplinas são muito extensos e complexos levando a que, para além do estudo para as avaliações internas, que decorrem regularmente, seja feito um estudo árduo para os exames nacionais, provocando um óbvio desgaste físico e mental.

"Se for tomada uma decisão a favor da obrigatoriedade dos exames para ingresso no Ensino Superior será injusto, devido às dificuldades sentidas durante este período avassalador"

Na notícia avaliada, deparámo-nos com uma afirmação do Ministério do Ensino Superior, que dava a entender ser “prematuro” avaliar impactos da pandemia no ano letivo em curso. Na nossa opinião, esta afirmação é descabida, já que os alunos que irão realizar os exames este ano têm vindo a ser afetados pela pandemia nos últimos dois anos. Consideramos, também, que se for tomada uma decisão a favor da obrigatoriedade dos exames para ingresso no Ensino Superior será injusto, devido às dificuldades sentidas durante este período avassalador.

Concluindo, pretendemos que o Ministério decida brevemente o desfecho desta situação, minimizando o stress e desgaste dos educandos perante a incerteza da realização de todos os exames.

Jéssica Alves e Joana Gonçalves
12.º ano
Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar

[Título da responsabilidade dos promotores da iniciativa]

Esta iniciativa promovida pelo PÚBLICO na Escola e a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) distingue, todos os meses, um texto de opinião da autoria de estudantes do 9.º ao 12.º ano suscitado por um trabalho do PÚBLICO (consultar regras de participação). Promover o contacto dos alunos com a atualidade através da leitura regular da imprensa e incentivar a escrita de textos de opinião sobre temas mediáticos fazem parte dos objetivos.

Nos meses anteriores, venceram Leonor Antunes e Carolina Moreira, do Agrupamento de Escolas Henriques Nogueira, em Torres Vedras.

Integram o júri do concurso: Bárbara Simões, coordenadora do PÚBLICO na Escola; Cláudia Sá, professora de Português e coordenadora do Clube de Jornalismo da Escola Básica António Correia de Oliveira, em Esposende; Joana Amaral, aluna do 12.º ano na Escola Secundária Emídio Navarro, em Almada; e Raquel Ramos, elemento da equipa do Gabinete Coordenador da Rede de Bibliotecas Escolares.