Concurso “Isto também é comigo!”

Como se escreve um texto de opinião? Seis perguntas e respostas para tirar dúvidas

Nesta iniciativa do PÚBLICO na Escola e da Rede de Bibliotecas Escolares, os textos dos alunos do ensino secundário são enviados até à última sexta-feira de cada mês.

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"Workshop" de jornalismo no II Encontro Nacional de Jovens Jornalistas, em Mafra, em maio de 2023 Adriano Miranda

Todos os meses, premiamos e divulgamos um texto de opinião escrito por um aluno ou uma aluna do ensino secundário, tendo como ponto de partida um trabalho do PÚBLICO. Como se faz, quando nos apetece dar a nossa opinião a propósito de uma questão que nos interpela? Seis perguntas e respostas para quem está a pensar dizer por escrito como olha para a atualidade:

Num texto de opinião posso escrever tudo o que me apetecer?
Tudo, tudo, não. Podes ser muito crítico ou tecer grandes elogios, defender os teus pontos de vista com convicção, contrariar, argumentar... Por outras palavras: podes dizer o que pensas. Mas há regras. E por isso ficam de fora insultos, ataques pessoais, afirmações que reproduzem falsidades.

É preciso título?
Sempre. Um texto para publicar num jornal não está pronto enquanto não tiver título. Este princípio aplica-se a todos os registos: opinião, notícia, entrevista, reportagem...

Há algum tema obrigatório?
Pelo contrário. Tu é que escolhes o assunto acerca do qual queres opinar. Única condição: esse assunto ter sido abordado num trabalho do PÚBLICO que viste ou ouviste no mês em que participas no concurso (regulamento e outras informações úteis).

Posso usar citações?
Podes, desde logo, citar o trabalho que te levou a escrever o teu texto, e que deve sempre ser referido. Nada impede que uses ainda mais citações, de outra proveniência. Vê lá é se depois ficas sem espaço para desenvolver o teu raciocínio. A opinião que queremos conhecer é a tua, não te esqueças disso.

Existe uma técnica para escrever um texto de opinião?
Técnica rígida, como um guião que se segue, passo a passo, não. Aqui o registo é mais livre. Mas como estamos sempre a escrever para ser lidos por outros, há que ter atenção a alguns pormenores. Por exemplo, deve ser claro, logo no início do texto, de que é que se está a falar. Quem lê agradece não haver dúvidas. E no final fica bem uma conclusão, uma ideia a rematar o que foi dito antes. Vale a pena ler estas dez dicas que preparámos para te ajudar.

Como não é uma notícia, dispensa verificação?
Nada no jornalismo dispensa verificação. Mesmo num texto de opinião. No concurso “Isto também é comigo!”, o ponto de partida é sólido: uma notícia do PÚBLICO. Então onde entra a verificação? Noutros elementos que sejam referidos para basear ou reforçar a opinião manifestada. Escrever opinião não se confunde com mandar “bocas” ou assumir como verdadeiros rumores ou “fake news”. Lemos, ouvimos dizer, mas não temos a certeza nem sabemos de onde vem? Vamos — lá está — verificar.

O concurso “Isto também é comigo!” é uma iniciativa da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) e do PÚBLICO na Escola — um projeto de literacia mediática do jornal PÚBLICO, em parceria com o Ministério da Educação e a Fundação Belmiro de Azevedo (FBA).