Computação na escola
Ciências da computação: como acertar o passo com o futuro
Às quintas-feiras, a palavra é dada às ciências da computação — e ao seu contributo para a literacia mediática. “Computação na Escola” é uma parceria entre o PÚBLICO na Escola e a Ensico, Associação para o Ensino da Computação.
Todas as semanas, neste espaço do PÚBLICO na Escola, olhamos a educação para os media da perspetiva das ciências da computação. Queremos levar-te a descobrir como podem as ciências da computação ajudar-te a lidar com as chamadas “notícias falsas” (ou fake news) e o assédio virtual (ou cyberbullying), ou ajudar na construção dos projetos de jornais, rádios e TV da tua escola. Para além de tudo isto, vamos explicar-te como podes sentir menos dificuldades a disciplinas como Matemática e Português ou conseguir ainda melhores resultados nessas e noutras disciplinas.
Vamos apresentar-te o pensamento computacional que, sendo transversal, global e relacional, visa tornar o mundo mais compreensível e acessível a todos. E embora exigente e rigoroso, aumentará a tua motivação e diversão durante a aprendizagem, promovendo a inclusão e a equidade. Segundo o estudo internacional TIMMS (Trends in International Mathematics and Science Study), os resultados dos alunos à disciplina de Matemática baixaram nos últimos quatro anos em Portugal. As Ciências da Computação têm contribuído, nos países onde a disciplina é lecionada, para o sucesso dos alunos. E tu podes também fazer parte desse sucesso, aprendendo de forma mais consistente com conceitos associados à computação.
Aqui, semanalmente, vamos mostrar-te como as ciências da computação são um veículo promotor da língua materna, da linguagem matemática, do pensamento científico e do pensamento crítico. E, o melhor de tudo: quando são ensinadas na escola, a dinâmica e diversidade das atividades de aprendizagem são tão grandes que o tempo passa a voar.
Aprender computação na escola porquê?
Inês Guimarães, a conhecida Youtuber “Math Gurl” dá-nos a visão do lado da professora de computação, que ela é, ou Master Teacher, como são denominados na Ensico. Entrevistámos a nossa Master Teacher, e não deixámos nada por perguntar. No início da entrevista a jovem, de 23 anos, deixou claro que não é preciso ter um computador para aprender ou ensinar ciências da computação. “A Ensico é a prova viva disso, andamos este ano letivo todo a ensinar os alunos sem recurso ao computador (PC). Fazemos os exercícios todos com lápis e papel. Pode parecer estranho, mas a computação é muito abrangente e ligada à matemática. Para aprender matemática não é preciso um PC, com a computação é exatamente igual. É benéfico, numa primeira fase, abordarmos os conceitos sem que os alunos estejam atrás de um PC. Não só evitamos distrações, como acaba por ser mais produtivo. Aprendem a estruturar o pensamento antes de comunicar com um computador. Há muitos exercícios de computação que podem ser feitos com lápis e papel”, explica.
Mas não é só na área da Matemática que a ciência da computação se destaca. Para a Master Teacher, que trabalha com turmas do 8.º ano, a disciplina também fomenta “a interpretação e compreensão de enunciados”. “Os alunos têm, obrigatoriamente, de perceber o que querem transmitir e estruturar bem as ideias para poder completar um exercício. Temos de saber interpretar bem o que vemos escrito. A computação é benéfica para uma melhor compreensão da língua materna porque para aprendermos a programar e comunicar com o PC temos de comunicar com clareza e interpretar bem as respostas que o computador nos dá”, sublinha.
Quanto aos resultados escolares que estão cada vez mais na base das preocupações de pais e alunos, Inês ressalva que “não basta ter um 18 ou mais para ser um bom aluno”. “A computação ajuda a desenvolver competências num indivíduo porque é muito abrangente e ligada a formas de estruturar o nosso raciocínio. É a ferramenta necessária para atuarmos na sociedade de forma mais eficiente, com o conhecimento do mundo tecnológico”, defende. Queres saber mais sobre a experiência da Inês como Master Teacher? Clica aqui para assistires à entrevista completa.
Texto de Cynthia Valente