Até 28 de abril

Atenção, alunos: há uma canção de Rodrigo Leão à espera das vossas palavras

Concurso organizado pela APEM - Associação Portuguesa de Educação Musical destina-se a alunos dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico.

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Concerto de Rodrigo Leão, em setembro de 2022, no festival Meo Kalorama, em Lisboa Paulo Pimenta

Estão abertas as inscrições para a terceira edição do concurso “Canção à Espera de Palavras”. Desta vez é Rodrigo Leão o compositor convidado que espera “curiosamente” pelas palavras que se juntarão à canção que criou. À semelhança da primeira edição, o concurso organizado pela APEM - Associação Portuguesa de Educação Musical, com o apoio do PÚBLICO na Escola, volta a ter duas categorias: A, para turmas de 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo do ensino básico; e B, para turmas dos 5.º e 6.º anos de escolaridade.

Depois de, no ano passado, uma turma da Figueira da Foz e outra de Évora terem vencido com a letra que fizeram para a canção de Luísa Sobral, e de uma primeira edição com Mário Laginha, chegou a vez de os alunos mergulharem na música composta pelo compositor que fez parte de projetos como os Sétima Legião e Madredeus. Em turma, devem escrever a letra com o apoio de um professor e, de seguida, gravar um vídeo a cantá-la.

As candidaturas podem ser submetidas pelos professores na plataforma Cantar Mais até ao dia 28 de abril de 2023. Neste site, também encontrarão recursos que poderão ser úteis ao processo de escrever uma letra com os alunos. Os vencedores, anunciados até ao final do mês de maio, terão direito a um diploma da turma, um sistema de som para a escola/turma e uma assinatura digital do PÚBLICO com duração de um ano.

Entusiasmo e intuição

“A música é uma ferramenta estrutural para a aprendizagem da leitura e depois da escrita, porque as crianças têm uma facilidade imensa em dizer os textos”, diz Manuela Encarnação, presidente da APEM. É por acreditar na música como um “um processo fundamental para a aprendizagem” que a organização se dirige aos dois primeiros ciclos de ensino, a partir do 3.º ano, quando as crianças já têm alguma destreza na leitura e na escrita. Até agora, a adesão tem sido “reflexo do entusiasmo”: na primeira edição concorreram cerca de oito mil crianças e na segunda onze mil. “Este concurso veio trazer também a possibilidade de os professores trabalharem mais de perto a música sem medo.”

Rodrigo Leão, o compositor convidado, diz-se motivado com o que está por vir: “Estou muito curioso por ver as letras que as crianças vão criar para a canção que eu criei. Tenho trabalhado com coros juvenis e é sempre um trabalho interessante, não tinha como dizer que não [ao convite da APEM]”, partilha com o PÚBLICO na Escola.

O processo de composição “não foi muito diferente” do habitual, apesar de ter de ter em consideração a melodia vocal, que não podia ser muito complicada para as crianças. Como ponto de partida, sabia que não queria fazer um tema melancólico — “encontra-se esse registo no meu repertório, mas achei que não fazia sentido para este contexto”, explica. Sabia também que queria ter três instrumentos de cordas (a guitarra, o violino e o violoncelo) a acompanhá-lo no piano. Além destes, incluiu uma bateria.

Foi mais ou menos com a idade dos participantes, por volta dos 11 anos, que começou a interessar-se pela música. Conta que sempre foi um autodidata e que “há um lado muito intuitivo na música”, que vai para além de saber ler pautas. É nesse lado que encoraja os estudantes a lançarem-se. “Espero que seja tão interessante para eles escrever as letras como foi para mim escrever esta canção”, diz o músico.