Morreu o jornalista Fernando Magalhães
Antes de ter trabalhado, durante mais de 20 anos, na RTP, ocupou importantes cargos na comunicação social de Moçambique.
Nascido no Porto foi para Moçambique em criança. Simpatizante da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), de que viria a afastar-se nos primeiros anos da independência, dirigiu o jornal moçambicano A Tribuna – onde tinha trabalhado antes do 25 de Abril, antes de uma primeira série da publicação ter sido suspensa. Foi director nacional de Informação, com o primeiro Presidente do país, Samora Machel, e director fundador da agência noticiosa nacional, a AIM.
Em Portugal, para onde partiu em 1977, trabalhou no Diário de Notícias. Em 1978, a convite de Carlos Pinto Coelho, foi para a televisão pública. Integrou a equipa que lançou o Informação 2, um noticiário apresentado por António Mega Ferreira e José Júdice, encerrado pelo Governo da Aliança Democrática, no início dos anos 1980.
Foi ainda correspondente da RTP em Cabo Verde e Moçambique. O seu último trabalho jornalístico foi uma colaboração com Joaquim Furtado para a série A Guerra.
Em Moçambique, na fase de transição para a independência, protagonizou um invulgar episódio – foi expulso do território pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), devido a um editorial publicado n’ A Tribuna. Anos depois, as divergências com a orientação seguida pelo partido único ditaram também o seu afastamento.
O corpo de Fernando Magalhães, que esteve hospitalizado nas últimas semanas, está este sábado, a partir das 17h, na Capela de Nossa Senhora do Cabo, em Linda-a-Velha, segundo informação de amigos. O funeral é no domingo às 13h30, no cemitério de Carnaxide