Paulo Rangel, Jesus Cristo e a política
Jaime Gama, ex-ministro do PS, convidado para apresentar livro do eurodeputado do PSD que traz a debate a religião e a política
Ao PÚBLICO, Paulo Rangel explica as razões que o levaram a escrever este ensaio, que procura demonstrar que a separação entre a religião e a política tem a sua origem no Cristianismo.
“A minha intenção ao escrever este texto é, no fundo, trazer para a esfera pública o debate sobre as relações entre a religião e a política. É que em Portugal, por razões históricas várias, há um certo tabu em trazer a religião para o debate público. E o que este ensaio visa é dizer que a religião e a política fazem parte da nossa cultura pública”, declarou ao Rangel. O eurodeputado do PSD sublinhou ainda a ideia é que “estes dois temas sejam discutidos no espaço público com direitos de plena cidadania. Não tenhamos medo de discutir estas coisas”.
Escrito em três línguas, português, francês e inglês, o ensaio explica por que é que a figura de Jesus Cristo perturbou tanto o poder político e religioso da época. Lendo o ensaio percebe-se que Jesus foi visto como uma ameaça para o sistema político e religiosa apesar de não ter um projecto pessoal, no sentido de querer ser um líder político, nem um projecto programático de poder.
A apresentação do livro é aguardada com alguma expectativa pelo facto de juntar na mesma sessão Jaime Gama e João Gama, duas personalidades completamente diferentes. O antigo ministro socialista tem um perfil mais laico e um espírito mais progressista. Já João Gama é um homem com convicções mais liberais do centro-direita e com alguma ligação à religião. O debate, que se seguirá à apresentação do livro, acabará por reflectir duas visões diferentes: uma mais progressista e outra mais conservadora.
O ensaio Jesus e a política - reflexões de um mau samaritano começou a ser escrito há já algum tempo, mas só agora é que ficou concluído. Paulo Rangel acredita que a apresentação do livro ”será um momento de cultura muito grande”. “Será um acto de cultura pública sobre a figura de Jesus”, declara o autor do livro. Na calha, Rangel tem mais três ou quatro projectos.