Incêndios: concurso para adquirir meios aéreos aberto em Outubro
"Estamos a lançar este processo da forma mais célere possível e o concurso público vai ser aberto, certamente, no próximo mês. Esperamos que corra bem e que produza efeitos já para o próximo ano", revelou o ministro.
António Costa falava aos jornalistas no Aeródromo Municipal de Évora, durante uma visita à quinta edição do "Portugal Air Show", uma bienal aeronáutica dominada pela acrobacia e exibição de aviões.
Aproveitando a deslocação ao certame, apelidado pelos respectivos promotores como o "melhor festival aéreo da Península Ibérica", o governante "espreitou" alguns dos projectos aeronáuticos que estão previstos para o Aeródromo Municipal.
Um dos stands visitados por António Costa foi o da Sky Aircraft Industries, uma parceria franco-portuguesa, que prevê um investimento de 110 milhões de euros e a criação de 950 postos de trabalho, para a construção de aviões "Skylander", que podem ser utilizados no combate a incêndios.
Embora não tencionando referir-se, em concreto, a qualquer dos investimentos previstos para Évora, o ministro da Administração Interna considerou o projecto do "Skylander" como "interessante", mas lembrou que vai ser desenvolvido num cenário de "médio prazo".
"Segundo os próprios promotores, o avião nunca poderá estar a operar antes de 2009. Ora, nós [Governo] temos de adquirir meios aéreos já para o próximo ano", sublinhou.
O governante preferiu destacar o lançamento em Outubro do concurso público internacional que vai permitir ao Estado português adquirir uma frota permanente de aviões para o combate aos incêndios.
"Qualquer aquisição será feita mediante concurso público", frisou, explicando que a selecção vai, primeiro, definir "quais os meios a adquirir" e, em segundo lugar, "qual a modalidade financeira para que se disponha, permanentemente, desses meios".
Modalidades de aquisição em estudoNo âmbito dessa frota, várias vias estão a ser consideradas para a aquisição dos meios aéreos, disse, realçando que as hipóteses são a "compra, aluguer plurianual ou leasing".
"O concurso é que vai determinar qual a opção financeira" acrescentou o ministro António Costa, que se deslocou a Évora acompanhado do secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões.
A comissão para estudo dos meios aéreos para combate a incêndios florestais propôs ao Governo a constituição, por aluguer e/ou aquisição, de uma frota de 48 aeronaves, sendo 30 helicópteros e 18 aviões, segundo um relatório oficial divulgado, ontem, pela Lusa.
A comissão especial – constituída por determinação do secretário de Estado da Administração Interna – propôs que o Estado alugue 16 helicópteros ligeiros e quatro médios e adquira quatro ligeiros e seis médios.
Foi proposto, igualmente, que o Estado alugue 14 aviões ligeiros e/ou médios e adquira quatro pesados.
A frota aérea de combate a fogos florestais seria constituída no total – considerando o aluguer e a aquisição – por 48 aeronaves, sendo 30 helicópteros e 18 aviões.
Os incêndios deste ano já queimaram uma área verde de 255.920 hectares, de acordo com o último balanço da direcção-geral de Recursos Florestais.
O valor provisório atingido este ano é quase o dobro do total registado em 2004, quando arderam 129.539 hectares.
Em 2003, o pior ano em termos de fogos florestais nos últimos vinte anos, arderam 425 mil hectares de área florestal e agrícola.
Quanto ao festival "Portugal Air Show", decorre nos "céus" de Évora até amanhã, juntando mais de 70 expositores, um "número recorde", em representação dos diferentes sectores da aviação civil e militar.