Catarina Martins falou na casa a arder. E o alarme soou horas depois no hotel
Saiu toda a gente dos quartos, de pijamas, camisa de noite, cuecas, t-shirts. Jornalistas, deputados, turistas, uns prontos a fugir vestidos e já de malas, outros atarantados.
O episódio ocorreu entre as seis e as sete da manhã, em Évora. Com o sono e o alarido foi difícil confirmar as horas ao certo. Mas o que aconteceu foi que, durante essa hora, disparou o alarme do hotel onde estão hospedados alguns jornalistas e deputados do Bloco de Esquerda, durante as jornadas parlamentares. Saiu toda a gente dos quartos, de pijamas, camisas de noite, cuecas e t-shirts. Jornalistas, deputados, turistas, uns prontos a fugir, vestidos e já de mala, outros atarantados.
A ironia é que, no jantar da noite anterior, a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, tinha aludido no seu discurso a uma casa a arder. Era uma crítica à direita, que fala em “catástrofe”, quando, para a bloquista, não é preciso ninguém atirar-se da janela, porque “a casa não está a arder”.
O alarme que acordou toda a gente no hotel foi, de facto, falso. Não havia qualquer incêndio, foi uma avaria no sistema, e, depois de alguma algazarra e boa-disposição, voltou toda a gente ao sono. Não estávamos em Tóquio, como no filme Lost in Translation, em que acontece o mesmo. Estamos ainda em Évora, onde decorrem as jornadas parlamentares do Bloco de Esquerda, a casa não estava a arder, como disse Catarina Martins, mas o Bloco faz soar os alarmes.