Cândido Ferreira quer que Ministério da Educação esclareça licenciatura de Nóvoa

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Rui Gaudêncio/Arquivo

O candidato presidencial Cândido Ferreira anunciou nesta sexta-feira que vai requerer ao Ministério da Educação esclarecimentos sobre a validade da licenciatura de Sampaio da Nóvoa, justificando com a recusa do também candidato a Belém em fornecer respostas "válidas". "Apenas para que se esclareça a verdade, anuncio que vou solicitar formalmente ao Ministério da Educação que esclareça com urgência e em tempo útil a validade da referida licenciatura do professor Sampaio da Nóvoa, para que dúvidas não subsistam sobre a sua idoneidade enquanto candidato ao supremo cargo da nação", refere o candidato em comunicado de imprensa.

Cândido Ferreira voltou a exigir explicações ao ex-reitor da Universidade de Lisboa, alegando que "continua a não existir prova" de que o curso superior de Teatro (1973-1976) tenha sido "equiparado a licenciatura" tal como Sampaio da Nóvoa "afirma na página 103" do seu livro Política de Vida. "Também ao contrário do que o candidato afirma, não está provado que alguma vez tenha concluído esse curso, que é de quatro anos, sendo certo que bastaria a apresentação do respectivo diploma", frisou o médico e ex-presidente da federação de Leiria do PS.

"Das duas uma, ou é feita prova em contrário e eu aceito que possa haver qualquer confusão ou então compete ao Ministério da Educação dizer como é que é", disse Cândido Ferreira, à margem de uma visita ao concelho de Cantanhede, distrito de Coimbra. "Agora, não pode é haver dúvidas sobre rumores que têm vindo a surgir insistentemente e que denotariam uma falta de carácter que é incompatível com a função de Presidente da República. Acho que o professor Sampaio da Nóvoa deve estar agradecido por poder explicar ao país esta situação e provar que aquilo que escreveu no seu currículo, nos livros que tem vindo a publicar, nas entrevistas que tem vindo a dar, é verdade", afirmou.

Cândido Ferreira defendeu ainda que os currículos dos candidatos a Presidente da República deviam ser "altamente escrutinados", mas que em Portugal o hábito consiste em eleger as pessoas "e depois no fim é que rebentam os problemas". "Isto tem de ser como nos casamentos, ou fala agora ou cala-se para sempre. É agora a altura de falar e de escrutinar os currículos", sustentou.

No comunicado, a candidatura de Cândido Ferreira diz ainda esperar que Sampaio da Nóvoa "assuma a única postura que o seu cargo académico, bem como a alta magistratura a que se propõe, lhe exigem, fornecendo as devidas explicações sem arrogância ou pedindo desculpa e corrigindo aquilo que possa não estar certo".

Na quinta-feira, após ter sido desafiado por Cândido Ferreira a esclarecer o seu percurso académico, António Sampaio da Nóvoa recusou tecer comentários, definindo somente as acusações como "absurdas". "Já me disseram que todos os dias tem havido uma acusação diferente, dia após dia tem havido uma acusação diferente. Não vou responder a nenhuma dessas acusações. São acusações tão absurdas que não faz nenhum sentido [responder]", disse Nóvoa aos jornalistas.