Cartas à Directora
David Bowie (1947- ∞)
Hoje [12/1] comprei o jornal por um motivo especial: não pelas presidenciais e respectiva campanha, não pela greve marcada para dia 29 na função pública, nem pelas mudanças previstas para Lisboa, nem tão-pouco pelas finanças...
Comprei o jornal num dia da semana, pela atenção dada a David Bowie. Achei curioso a data da morte (figurada) que um jornalista atribuiu ao artista inglês: infinito! O símbolo matemático criado no séc. XVII para dizer que algumas coisas são ilimitadas!
Foi ilimitado o talento de Bowie, e sem fim a vontade que teve desde o início até ao fim da carreira de surpreender, mudar, transformar, inovar, renovar constantemente, não deixando espaço para a monotonia. O baixista Tony Visconti, que o acompanhou em toda a sua carreira, escreveu que "Ele sempre fez o que ele queria fazer. E Ele queria fazer as coisas à maneira dele e ele queria fazê-lo da melhor maneira."
Fantástico o tema "Lazarus" (o saxofone, o seu primeiro instrumento, não está lá por acaso e vai ficar no ouvido por muito tempo...). Tudo parece ter um significado por trás, nada deixado ao acaso!
Para terminar a minha pequenina homenagem, gostava de dizer a Bowie (olho para cima, acho que estás no Céu, sim): admiro e tentarei assimilar as suas qualidades positivas de uma vida que foi tudo menos uma "viagem aborrecida" e admiro, sobretudo, o ter tornado o seu "fim" uma obra de arte. Criou até ao fim (fez da sua doença um segredo), tentando comunicar aquilo em que mais acreditava.
Céu Mota, Sta Maria da Feira
Heróis por toda a eternidade
Chamavam-lhe o "camaleão" mas para mim David Bowie era um mutante alienígena que trouxe conhecimento e inovação ao mundo terrestre do "rock and roll". O músico marcou e continuará a marcar gerações, vidas coloridas por melancólicos decibéis que viajavam entre o "pop", o "soul" e o "punk", pela fúria electrónica, por baladas arrebatadoras, por bandas sonoras que fazem parte da nossa essência. Em Bowie, a condição humana liberta-se na arte, pela pintura, pelo cinema e teatro, pela moda, por personagens e comportamentos reprimidos, pois sempre fomos rebeldes, indomáveis, heróis como este, não apenas por um dia mas por toda a eternidade.
Emanuel Caetano, Ermesinde
O PÚBLICO ERROU
Na notícia “Cândido é o mais rico, Belém omite cargos sociais, e Marcelo ganha mais” publicada no dia 12 de Janeiro, na pág.10, dizia-se que o candidato Paulo de Morais entregara a declaração de início de funções como vice-presidente da Câmara do Porto, em 2002, fora do prazo. Iniciou funções a 8 de Janeiro e o último dia do prazo para a entrega do documento no Tribunal Constitucional era 9 de Março. Mas esse dia era sábado, pelo que a declaração, recebida no TC no dia 11 de Março (2ªf), acabou por ser entregue no último dia do prazo. Pelo lapso pedimos desculpa ao próprio e aos nosso leitores. Recorde-se que Paulo Morais deixou a Câmara do Porto em 2005, onde era vice-presidente de Rui Rio, mas só entregou a declaração de rendimentos de cessação de funções, obrigatória por lei, 10 anos depois. Morais fê-lo a 15 de Abril do ano passado, dias depois de anunciar que pretendia concorrer a Presidente da República.