A democracia e a ignorância agressiva

Muitos mecanismos tecnológicos com forte impacto social estimulam essa ignorância e dão-lhe não só plataformas, mas também modos de actuação e eficácia, sem paralelo no passado.

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Numa viagem recente aos EUA, quando das eleições presidenciais, ainda me pude surpreender (pouco) com o facto de que gente ilustrada, com títulos académicos, cargos de responsabilidade em empresas, apoiante de Trump, não só aceitava como repetia as mais absurdas teorias conspirativas do próprio Trump, e dos seus propagandistas, como Robert F. Kennedy, muitos dos quais são hoje os indicados para o seu governo. Muitas destas teorias conspirativas tinham directa relação com as eleições e o conteúdo da campanha de Trump, como a história de que os imigrantes haitianos comiam os animais de companhia, ou que os democratas controlavam a meteorologia, mas as coisas iam muito mais longe, para as vacinas contra a poliomielite, e continuam na mais recente implicação de que o Hezbollah, através do FBI, tinha estado por trás do golpe de 6 de Janeiro. Uma das teorias mais absurdas associava o número de abortos num estado com as tempestades ou com outros flagelos naturais.

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