FBI investiga atropelamento em Nova Orleães com 15 mortos como acto de terrorismo
Atropelamento aconteceu numa das mais movimentadas ruas da cidade em noite de Ano Novo. Suspeito já identificado “tentou atropelar o máximo de pessoas possível”. Ele próprio morreu.
Um automobilista lançou o seu veículo contra uma multidão que estava nas ruas do centro de Nova Orleães, nos Estados Unidos, na madrugada desta quarta-feira (hora local). Morreram pelo menos 15 pessoas e mais de 30 foram transportadas com ferimentos pelos serviços de emergência, de acordo com as autoridades.
O atropelamento aconteceu na Bourbon Street, uma rua popular e muito movimentada da cidade, cheia de restaurantes, bares e discotecas, num momento em que centenas de pessoas estavam a festejar o Ano Novo.
De acordo com a chefe da polícia local, Anne Kirkpatrick, um homem conduziu "uma carrinha a grande velocidade" e "de forma muito intencional" contra a multidão que se encontrava na rua. "Este homem tentou atropelar o máximo de pessoas possível. Não foi uma situação de condução sob o efeito de substâncias", esclareceu a responsável, numa conferência de imprensa ao princípio da manhã (cerca das 12h30 em Lisboa).
Kirkpatrick também confirmou o que a cadeia de televisão CBS tinha já noticiado. Ao despistar-se, o atacante disparou uma arma de fogo contra agentes da polícia e dois deles ficaram com ferimentos. Estava montada uma operação de segurança com mais de 300 agentes para a noite de passagem de ano, mas o homem contornou as barreiras policiais montadas. Para Kirkpatrick, isso demonstra que "ele estava determinado em criar a matança que conseguiu".
O FBI, órgão de polícia criminal dos Estados Unidos, assumiu a investigação. Alethea Duncan, agente desta força policial, disse na mesma conferência de imprensa que foi encontrado no carro do atacante "um aparelho explosivo improvisado".
Sobre o que aconteceu ao condutor não foi dado qualquer esclarecimento na conferência de imprensa. O FBI comunicou, algumas horas depois, que o homem morreu, e a polícia de Nova Orleães informou que a sua morte foi declarada no local depois de ter sido alvejado pelos agentes com quem entrou em tiroteio.
Uma fotografia que circulou entre os agentes da autoridade mostrava Jabbar, vestido com camuflado, ao lado do veículo depois de ter sido morto. Os investigadores recuperaram uma arma de fogo e uma espingarda do tipo AR após o tiroteio, disse um agente da autoridade.
A Bourbon Street, na zona histórica de Nova Orleães, tem barreiras para evitar ataques de veículos desde 2017, mas o incidente desta quarta-feira aconteceu numa altura em decorrem trabalhos para remover e substituir os obstáculos, o que deixou a área vulnerável. A obra começou em novembro e esperava-se que estivesse em grande parte concluída a tempo da realização do Super Bowl, o jogo grande da época de futebol americano, marcado para a cidade em Fevereiro.
A presidente da câmara de Nova Orleães, LaToya Cantrell, referiu-se à situação como "um ataque terrorista", mas foi prontamente desmentida por Duncan, que afirmou que o FBI não estva a tratar o caso como "um evento terrorista". Mais tarde, porém, o próprio FBI viria esclarecer em comunicado que está, de facto, a analisar o caso como terrorismo.
O homem foi, mais tarde, identificado pelo FBI como sendo Shamsud-Din Jabbar, 42 anos e cidadão norte-americano do Texas. Segundo a Reuters, terá sido encontrada uma bandeira do Daesh no veículo usado no crime. O FBI está a trabalhar no sentido de determinar uma potencial afiliação do suspeito a organizações terroristas.
O governador do estado do Luisiana, em que fica a cidade, descreveu no X o sucedido como "um acto de violência horrível".
Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, já comentou os eventos numa declaração em que afirma que a sua administração iria "apoiar totalmente a cidade na investigação e a recuperar deste acto de pura maldade". Joe Biden também terá telefonado ao presidente da câmara para oferecer o apoio das entidades federais e garantir que todos "trabalhariam assiduamente para chegar ao fundo do que aconteceu o mais rapidamente possível", cita a Reuters.
Notícia actualizada às 9h desta quinta-feira: número de mortos subiu para 15