Quando deixamos de compreender o mundo

Buscar leis que expliquem a desordem é uma tarefa inglória, devíamos saber.

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Vivemos confrontados com a incapacidade de explicar o que está a acontecer em nosso redor: as democracias que se tornam iliberais; as guerras que voltam à Europa; o regresso a galope dos nacionalismos; o povo que tem inscrito em si o terror absoluto do Holocausto e que, agora, inflige um sofrimento hediondo a outro povo; as imparáveis declinações identitárias que chocam contra a sua negação; e a nostalgia rancorosa de um mundo perdido, ele próprio obra de ficção. Tudo marcado por uma velocidade e um imediatismo, entre o absurdo simbólico e a violência física, que configuram uma combinação historicamente inédita.

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