Museus nacionais dos Coches e de Etnologia já têm directores novos

Nova tranche de resultados dos concursos promovidos pela Museus e Monumentos de Portugal deixa quatro directores onde estavam e traz duas novidades: Rita Dargent e Gonçalo de Carvalho Amaro.

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Rita Dargent nas reservas do museu dos Coches, de que é a partir de agora a nova directora Daniel Rocha
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A quatro dias úteis do final de 2024, fica a conhecer-se mais um lote de nomes para as direcções de equipamentos afectos à empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP).

Desta vez, o núcleo contemplado inclui apenas museus e as novidades não são muitas. Dos seis directores agora anunciados, apenas dois assumem a função pela primeira vez, e ambos na zona de Belém, em Lisboa: Rita Dargent no Museu Nacional dos Coches/Picadeiro Real e Gonçalo de Carvalho Amaro no Museu Nacional de Etnologia (MNE)/Museu de Arte Popular.

Os museus nacionais de Conímbriga (Vítor Dias), Soares dos Reis (António Ponte, que acumula a direcção da Casa-Museu Fernando de Castro), Resistência e Liberdade (Aida Rechena) e Traje (Dóris Santos) não mudam de mãos.

Rita Dargent pode ser uma novidade na direcção dos Coches, mas conhece o seu acervo por dentro e por fora, já que ocupava até aqui o cargo de Coordenadora do Departamento de Colecções em Reserva. Foi ela, aliás, a conservadora que supervisionou a instalação de todo o espólio deste museu onde trabalha há 12 anos no novo edifício.

Especializada nas áreas de gestão, conservação preventiva, estudo e inventariação de colecções, Dargent trabalhou também nos palácios nacionais da Pena e de Sintra.

Ao contrário da nova directora dos Coches, Gonçalo de Carvalho Amaro, que substituirá Paulo Ferreira da Costa à frente do MNE, não pertence à casa. Licenciado em História e doutorado em Arqueologia, era até aqui técnico superior da Direcção de Cultura da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, função que acumulava com a de professor convidado da Universidade Católica do Chile, onde fez a sua especialização em estudos do património e cultura material.

Ainda que o seu percurso esteja muito ligado à academia, Gonçalo de Carvalho Amaro participou também em escavações em Portugal e Espanha e trabalhou com as comunidades Mapuche e Rapanui no Chile. Entre as obras que publicou está Uma Igreja, Duas Histórias, centrada na Conceição Velha, igreja manuelina que é uma das mais emblemáticas de Lisboa.

No comunicado desta sexta-feira em que anuncia os seis nomes, a MMP lembra que os concursos para estas direcções foram lançados em Setembro e Outubro e informa que contaram com um total de 48 candidatos de Portugal, Espanha, Itália, Venezuela, Brasil e Equador, sujeitos à avaliação de um júri independente, composto por académicos, investigadores e representantes de associações profissionais do sector do património.

Concurso ainda aberto

Estes concursos internacionais promovidos pela MMP, que foram lançados por tranches, contando cada uma delas com um punhado de museus e outros equipamentos (monumentos, palácios, Laboratório José de Figueiredo e Colecção de Arte Contemporânea do Estado), começaram a receber candidaturas a 5 de Agosto e fecham a 9 de Janeiro do próximo ano, prazo limite para a entrega de propostas para as direcções do Convento de Cristo (Tomar), do Panteão Nacional (Lisboa), do Museu Nacional da Música (Mafra), do Palácio Nacional de Mafra e dos mosteiros de Alcobaça e Batalha (este é o sexto e último núcleo de serviços objecto de avaliação).

Mesmo que os directores seleccionados só passem a ocupar o cargo em 2025, e de acordo com o regulamento dos concursos, fá-lo-ão no intervalo 2024-2027, assumindo comissões de serviço com a duração de três anos (até Dezembro de 2027), renováveis por iguais períodos.

Os primeiros directores seleccionados pela empresa pública que tutela alguns dos principais museus e monumentos nacionais, oficialmente em funções desde Janeiro de 2024, foram dados a conhecer a 13 de Dezembro. Cinco museus e dois conjuntos de monumentos –​ Jerónimos/Torre de Belém e Paço dos Duques/Castelo de Guimarães –, assim como a Colecção de Arte Contemporânea do Estado (CACE) e o Laboratório José de Figueiredo, instituição de referência para a conservação e restauro, ficaram, assim, a conhecer os seus responsáveis pelo menos até 2027.

E se nalguns serviços a solução encontrada passa por uma cara nova – Sandra Costa Saldanha no Museu Nacional de Machado de Castro (Coimbra) e Rosário Salema de Carvalho no do Azulejo (Lisboa), por exemplo –, noutros privilegiou-se a continuidade: Sandra Vieira Jürgens manter-se-á curadora da CACE, função que desempenha desde 2022, e António Carvalho permanecerá à frente do Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa), instituição que dirige há 12 anos e que está encerrada desde Maio de 2022 devido a um ambicioso projecto de requalificação, financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, que dificilmente cumprirá os prazos a que inicialmente se propôs (a reabertura foi originalmente anunciada para 2025, mas as obras ainda não começaram).

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