Israel mata pelo menos 71 pessoas num dia e atinge ajuda humanitária em Gaza
Nesta quinta-feira voltou também a ser atingido o campo de refugiados de Nuseirat, no Centro da Faixa de Gaza, onde foram mortas por Israel pelo menos 25 pessoas.
Só nesta quinta-feira, 12 de Dezembro, Israel matou pelo menos 71 palestinianos na Faixa de Gaza, incluindo 13 pessoas que, segundo as autoridades de saúde locais, estavam a assegurar a protecção de uma caravana de ajuda humanitária.
Já na versão das Forças de Defesa de Israel (IDF), foram lançados dois ataques por via aérea para garantir a entrega de ajuda humanitária em segurança, uma vez que o Hamas estaria, alegadamente, a tentar desviá-la para "apoiar a continuação de actividades terroristas".
Após sucessivos assaltos por grupos armados aos camiões de ajuda humanitária que entram no enclave palestiniano, o Governo do Hamas tem mantido uma força de segurança responsável por proteger essas entregas e acusa Israel de tentar boicotar esses esforços e proteger os responsáveis pelas pilhagens.
Também nesta quinta-feira, Israel deu um "pré-aviso de ataque" e ordenou a evacuação de vários bairros no centro da cidade de Gaza, provocando uma nova vaga de deslocações forçadas, apesar da inexistência de lugares seguros para onde fugir. Na mesma cidade foram mortas pelo menos sete pessoas num bombardeamento, incluindo crianças, segundo a agência de notícias palestiniana Wafa.
Ainda no Norte, em Jabalia, duas pessoas morreram na sequência de um ataque a uma habitação e um médico ortopedista foi morto a tiro pelos militares israelitas quando se dirigia para o Hospital al-Awda. Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, a sua morte eleva para 1057 o número de profissionais de saúde mortos por Israel desde 7 de Outubro do ano passado.
Um outro bombardeamento matou pelo menos 25 pessoas no campo de refugiados de Nuseirat, no Centro do enclave, incluindo oito crianças, de acordo com informação avançada pela Al Jazeera.
Na Cisjordânia ocupada, foram mortos a tiro dois palestinianos esta quinta-feira, elevando para pelo menos 810 o número de vítimas mortais provocadas pelas forças israelitas desde Outubro do ano passado. Contam-se ainda milhares de presos, muitos sob detenção administrativa (por tempo indeterminado e sem qualquer condenação) e inúmeras propriedades e terrenos palestinianos vandalizados, ocupados ou destruídos por militares e colonos israelitas.
Nesta quarta-feira, 11 de Dezembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas voltou a apelar a um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente na Faixa de Gaza, numa resolução aprovada por larga maioria, com 158 votos a favor, 13 abstenções e nove votos contra, incluindo de Israel e dos Estados Unidos.