Autoridades lançam campanha para dissuadir ciberataques a websites
Operação PowerOff envolveu 15 países, incluindo Portugal, que participou com elementos da PJ e da PSP.
Autoridades de Portugal e outros 14 países lançaram uma campanha para dissuadir cibercriminosos e hackers de realizarem ataques conhecidos como "negação de serviço distribuído" (DDoS), que bloqueiam sites, tradicionalmente na época natalícia, foi anunciado esta quarta-feira.
A Operação PowerOFF inclui a Polícia Judiciária (PJ) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) numa campanha promovida pela Europol nas plataformas Google e YouTube, com "mensagens de dissuasão dirigidas a jovens que procurem ferramentas de aluguer de DDoS" ou queiram aprender a executá-los através de tutoriais.
"A campanha destaca as consequências dos ataques DDoS e visa os potenciais infractores nos locais onde estes são mais activos: online", referem a PJ e a PSP em comunicados.
"A Operação PowerOFF demonstra um esforço coordenado e contínuo das autoridades policiais para combater esta ameaça de forma abrangente, desde o desmantelamento de plataformas ilegais até à prevenção de futuros ataques através da educação e da dissuasão", referem as autoridades portuguesas.
Na edição deste ano, além de Portugal, participam autoridades da Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, Alemanha, Finlândia, França, Japão, Letónia, Países Baixos, Polónia, Suécia, Roménia e Reino Unido.
Bloqueio de plataformas
Em paralelo, a Europol anunciou hoje o bloqueio de 27 plataformas utilizadas para levar a cabo este tipo de ataques. "Conhecidas como websites 'booter' e 'stresser', estas plataformas permitiram que os cibercriminosos e os 'hacktivistas' inundassem os alvos com tráfego ilegal, tornando inacessíveis os websites e outros serviços" online.
Os ataques DDoS inundam sites específicos com tráfego online de tal modo intenso que bloqueiam o acesso do público, causando constrangimentos e podendo esconder operações de pirataria informática, roubo de dados ou de valores.
Na operação agora anunciada, "foram detidos quatro administradores destas plataformas ilícitas e foram tomadas várias medidas contra numerosos utilizadores destes serviços", refere a Polícia Judiciária, recordando que o Natal é um período habitual de ataques deste tipo, tendo em conta o aumento do volume de compras na Internet e tráfego online.
"A época festiva é, desde há muito, um período de pico para os hackers efectuarem alguns dos seus ataques DDoS mais perturbadores, causando graves prejuízos financeiros, danos à reputação e caos operacional às suas vítimas", refere a PJ.
Na operação, "mais de 300 utilizadores foram identificados por actividades operacionais planeadas".
A operação transnacional foi gerida pelo Centro Europeu da Cibercriminalidade (EC3) da Europol, que "facilitou reuniões operacionais e organizou sessões técnicas intensivas de uma semana para desenvolver pistas de investigação".