Gritar “extrema-direita”
É a nova moda: se se desalinhar dos mantras da esquerda, já se está na extrema-direita; se se mencionar um problema ao qual o Chega devote atenção, está-se a sucumbir à extrema-direita.
A comunicação ao país de Luís Montenegro a propósito de segurança (ou insegurança) foi uma espécie de “inconseguimento”, à conta da disparidade entre a forma pomposa e formal e a parca informação que foi comunicada. Não me parece mal um primeiro-ministro dar especial importância ao tema da segurança depois dos tumultos que engalfinharam os bairros municipais da Grande Lisboa – desde logo para se distanciar de várias esquerdas que desejavam que tudo explodisse ainda mais, no meio de críticas absurdas à atuação da polícia que nada do que sabia então (ou agora) justificavam, procurando fazer render politicamente o ressentimento dos bairros. Contudo, há uma “fina linha vermelha” entre dar segurança à população inquieta e banalizar as comunicações de um primeiro-ministro. (Já nos chega um Presidente da República com compulsão de dizer coisas a propósito e a despropósito.)
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