Natal à mesa: o sabor e tradição pelo chef Bertílio Gomes
Na ceia natalícia, é peru preto que se come no Alentejo. Ou, pelo menos, assim era. Na Taberna Albricoque, recupera-se a tradição e é possível encomendar para levar para sua casa.
O Natal no Alentejo tem um sabor único, temperado pelas tradições que atravessam gerações e pela autenticidade dos ingredientes mais típicos. O cenário repete-se nas outras regiões do país: na mesa, os melhores queijos, o melhor azeite, o pão especial e aquelas sobremesas que só se fazem no Natal. É comum na ceia - ou no almoço do dia de Natal - que o peru ou o capão, por exemplo, as raças mais nobres criadas em cada terra, sejam o prato principal. A qualidade das matérias-primas e as cuidadosas preparações fundem-se com as memórias de sabores que cada um vai guardando ao longo dos anos. A realidade é que, por vezes, é difícil manter esse legado e especialmente na cidade, com o ritmo frenético do dia-a-dia, a logística de preparar uma refeição, esta celebração pode torna-se um problema ao invés de um prazer.
O chef Bertílio Gomes, alma e coração do Albricoque, em Santa Apolónia, tem feito um interessante trabalho no que concerne à reinterpretação da gastronomia tradicional portuguesa à luz das exigências dos tempos modernos. Sustentabilidade, qualidade dos produtos, confecção cuidada e praticidade - quer melhor do que uma ceia de chef pronta a servir, em sua casa? Este Natal, é possível.
Raízes algarvias, salpicadas por influências de Norte a Sul
Com raízes familiares no Algarve e profundamente ligado à gastronomia mediterrânica, Bertílio Gomes sempre se dedicou a explorar e valorizar as tradições culinárias de Portugal. Convicto de que a cozinha portuguesa é uma fonte inesgotável de inspiração, acredita que há sempre algo novo a aprender e reinventar: “Sempre fui beber ao receituário tradicional e à matéria-prima, aos produtos que são emblemáticos de cada local e de cada território”, explica. “A partir daí, faço uma abordagem mais ou menos tradicional, mais ou menos conservadora”. Embora admita, em certos momentos, optar por um toque mais sofisticado, sublinha que essa não é sempre a regra. Quanto ao seu processo criativo, destaca: Sobre o que podemos considerar, no fundo, o processo criativo, acrescenta ainda que “por vezes pode não ser necessariamente um produto emblemático mas é uma receita reconhecida localmente, de uma forma popular”, que procura reintepretar e enaltecer.
No caso do peru preto alentejano, em destaque no menu deste Natal, é a matéria-prima que pretende valorizar - até porque, assume: “Existe uma responsabilidade nossa [dos chefs] de promover e divulgar estes produtos”. Criado em liberdade nos montados alentejanos, o peru preto é alimentado de forma biológica - não é comum os perus comerem bolotas, por exemplo - o que se reflecte no sabor da carne, mais suculenta e rica em aromas. Bertílio Gomes encontrou no peru preto alentejano o ingrediente perfeito para acrescentar ao menu natalício do Albricoque.
O chef destaca os produtores locais, como o Sr. Amaro, de Borba -, por persistirem com a criação de forma tradicional, ao ritmo da natureza e com respeito pela saúde dos animais. “Para mim, é fundamental apoiar quem preserva a natureza e as boas práticas de criação. O trabalho do Sr. Amaro é exemplar, e os resultados estão à vista na qualidade da carne que temos para oferecer aos nossos clientes”, elogia Bertílio Gomes, referindo-se ao produtor dos perus.
Foi no Natal passado, com a família, que descobriu o peru preto: “Achei fantástico em termos de sabor e textura (…) É uma coisa verdadeira”. Um produtor que ainda faz este trabalho, que cria e alimenta os animais ao ar livre, de forma natural, deve ser valorizado. E o chef enaltece muito a matéria-prima, o produto. Além disso, “é uma comida saudável”, destaca. “Estes produtores, que ainda fazem estas coisas, têm que ser incentivados, têm que ser valorizados”, reforça, ainda que, obviamente, o preço a pagar seja bem diferente do que é praticado nos talhos.
Protagonismo para o peru preto, se faz favor
No Albricoque, os sabores falam por si, com propostas que dignificam a autenticidade de cada ingrediente. “A cozinha do Alentejo é muito simples, mas com um sabor imenso. Ao preparar o peru preto, a ideia é dar-lhe o protagonismo, sem esconder o que ele é: um produto de excelência”, explica o chef. Seja o peru preto do Alentejo ou outra das opções do menu, como o capão, o take-away é servido em tabuleiros de barro, já com guarnição, prontinho para ir para a mesa.
O Natal é uma época de celebração e a comida é uma parte fundamental. Mesmo que as famílias continuem a querer preservar determinadas tradições, é certo que nem sempre reúnem condições nas suas casas para poderem cozinhar um produto da dimensão habitual de um peru ou de um cabrito. Para desfrutar das iguarias mais tradicionais sem a sobrecarga dos afazeres culinários, poupando horas de trabalho na cozinha, apresse-se a consultar os menus da Taberna Albricoque. As encomendas podem ser feitas até ao dia 15 de Dezembro e recolhidas no dia 24 de Dezembro, entre as 13h00 e as 16h00.
Para reservas e mais informações visite as páginas de Facebook, Instagram ou através do email reservas@albricoque.pt
Conheça e visite a Taberna Albricoque (junto à estação de Santa Apolónia)
Rua dos Caminhos de Ferro, 98
1100-108 Lisboa