Putin ameaça atingir “centros de decisão” em Kiev com novo míssil hipersónico

Presidente russo diz que os bombardeamentos desta quinta-feira sobre a infra-estrurura energética da Ucrânia foram retaliação pelos ataques ucranianos com mísseis ATACMS norte-americanos.

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Vladimir Putin esta quinta-feira em Astana, no Cazaquistão GAVRIIL GRIGOROV / SPUTNIK / KREMLIN POOL / EPA
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O Presidente russo Vladimir Putin ameaçou atingir “centros de decisão” em Kiev com o novo míssil hipersónico Oreshnik como resposta aos ataques ucranianos com armas de longo alcance ocidentais em território russo.

Até ao momento, os ataques russos não atingiram edifícios governamentais na capital ucraniana, que está fortemente protegida por defesas antiaéreas, mas Putin afirmou que o Oreshnik, que a Rússia utilizou pela primeira vez contra uma cidade ucraniana na semana passada, é incapaz de ser interceptado.

“É claro que responderemos aos ataques em curso contra o território russo com mísseis de longo alcance de fabrico ocidental, incluindo a possibilidade de continuar a testar o Oreshnik em condições de combate, como foi feito em 21 de Novembro”, disse o Presidente russo durante a cimeira da Organização do Tratado de Segurança Colectiva (CSTO), em Astana, no Cazaquistão.

“O Ministério da Defesa e o Estado-Maior estão a seleccionar alvos a atingir em território ucraniano. Podem ser instalações militares, empresas industriais e de defesa, ou centros de decisão em Kiev”, precisou Putin, justificando os ataques em grande escala desta quinta-feira contra as infra-estruturas energéticas da Ucrânia, que deixaram pelo menos um milhão de pessoas sem electricidade, como uma retaliação pelos bombardeamentos ucranianos contra território da Rússia com recurso a mísseis ATACMS norte-americanos.

“Esta noite realizámos um ataque combinado com a utilização de 90 mísseis e 100 drones, e 117 alvos foram atingidos”, disse o líder russo, citado pelas agências espanhola EFE e francesa AFP.

A Rússia afirma que a Ucrânia disparou mísseis balísticos ATACMS dos EUA contra a Rússia ocidental pela primeira vez em 19 de Novembro, o que levou a Rússia a responder dois dias depois com o lançamento do Oreshnik, um novo míssil de alcance intermédio, contra a cidade ucraniana de Dnipropetrovsk.

Desde então, Moscovo disse que Kiev disparou mais ATACMS contra a região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, nos dias 23 e 25 de Novembro.

“Os ataques da nossa parte são uma resposta aos actuais ataques ao território russo com mísseis ATACMS dos EUA. Como já disse noutras ocasiões, responderemos sempre”, avisou durante o seu discurso, no qual voltou a classificar o “regime” de Volodymyr Zelensky como “ilegítimo” devido à ausência de eleições.

O Presidente russo reserva-se o direito de continuar a utilizar o novo míssil balístico e de continuar a expandir um arsenal militar que, disse, já tem um nível de produção “dez vezes superior” ao de todos os países da NATO. Putin afirmou que a Rússia planeia aumentar esta capacidade de produção entre 25 a 30 por cento até ao próximo ano, de acordo com as agências noticiosas russas.

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