Bastonária dos advogados convoca eleições antecipadas

Fernanda Almeida Pinheiro alega que celeuma interna relacionada com novo estatuto das ordens profissionais não deixou alternativas a actuais dirigentes. E vai recandidatar-se.

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Bastonária desde Janeiro de 2023, Fernanda Pinheiro vai recandidatar-se a mais um mandato Matilde Fieschi
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A bastonária dos advogados, Fernanda Almeida Pinheiro, anunciou no Facebook que irá convocar eleições antecipadas para todos os órgãos da respectiva Ordem. Segundo esta dirigente, a celeuma interna que surgiu a propósito do cumprimento do novo estatuto das ordens profissionais não lhe deixou outra alternativa, embora o plano inicial da sua equipa fosse cumprir até ao fim o actual mandato, que terminava no final do ano que vem.

Ainda sem avançar uma data para o acto eleitoral, a bastonária diz, num vídeo publicado nesta rede social, que o mesmo terá lugar “até 31 de Março de 2025”, revelando também que irá recandidatar-se juntamente com a sua equipa.

A antecipação das eleições foi avançada pelo jornal digital Eco.

Fernanda Pinheiro, que tomou posse em Janeiro de 2023, explicou esta quarta-feira como, perante o curto prazo que tinha para aplicar o novo estatuto – alvo de fortes críticas das diferentes classes profissionais por ele abrangidas, advogados incluídos –, resolveu designar o conselho de supervisão para cumprir a obrigação legal de criação deste órgão. “Esta deliberação foi tomada no enquadramento da norma transitória do estatuto, não só com o objectivo de permitir que os mandatos em curso chegassem tranquilamente ao fim, como também de evitar a entrada imediata de membros externos para outros órgãos. Porém, tal decisão gerou alguma divisão na nossa classe, com críticas públicas àquela designação incluindo de titulares de órgãos da Ordem dos Advogados , apresentação de recursos daquela deliberação e ameaças públicas de acções judiciais”, resume a mesma responsável num comunicado publicado esta quarta-feira no site da OA e em que considera que a instituição que dirige não pode viver refém de controvérsias internas, litígios judiciais ou debates infindáveis sobre a regularidade de actos administrativos.

O cenário actual não só cria desconfiança e insegurança quanto aos actos praticados pelo conselho de supervisão, como compromete a capacidade da Ordem de se focar nos verdadeiros desafios da advocacia, observa Fernanda Pinheiro, que quer impedir que os recursos da Ordem sejam desviados para litígios internos que não interessam à maioria da advocacia. Perante este cenário, refere também o comunicado da instituição, antecipar as eleições afigurou-se como a única solução possível para clarificar e estabilizar a situação.

Ainda não são conhecidos até ao momento mais candidatos que possam vir a disputar o cargo à bastonária. Nas últimas eleições, em 2022, houve sete concorrentes.

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