Zelensky acusa Rússia de provocar “escalada grave” ao usar míssil experimental

Uso de míssil balístico experimental por Putin exige uma reacção “do mundo”, pede o Presidente ucraniano. Porta-voz da NATO diz que ataque russo não irá “dissuadir” apoio à Ucrânia.

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“Putin tem de sentir o custo das suas ambições desvairadas", afirmou Volodymyr Zelensky CHRISTIAN HARTMANN / POOL / EPA
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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de estar a provocar uma “escalada clara e grave” na guerra entre os dois países depois do Presidente russo Vladimir Putin ter admitido ter utilizado um novo míssil balístico experimental para atacar a cidade ucraniana de Dnipro. Segundo a AFP, a NATO e a Ucrânia vão reunir sobre o ataque na próxima terça-feira.

Na rede social X, Zelensky afirmou que o ataque era uma “violação cínica da Carta das Nações Unidas pela Rússia”, a segunda depois de ter envolvido a Coreia do Norte no conflito “com um contingente de 11 mil soldados”, disse.

Assim, para o Presidente ucraniano, o uso deste míssil experimental “é mais uma prova de que a Rússia não tem qualquer interesse na paz”.

“Putin tomou estas duas medidas enquanto ignora todos os países do mundo que apelam a que não se continue a expandir a guerra. Ele ignora os apelos da China, do Brasil, dos países europeus, dos Estados Unidos e de outros”, escreveu ainda Zelensky, acrescentando que “só Putin começou esta guerra - uma guerra totalmente não provocada - e está a fazer tudo para a prolongar, já há mais de mil dias”.

“O mundo tem de reagir. Neste momento, não há uma reacção forte do mundo. Putin é muito sensível a este facto”, apelou o Presidente da Ucrânia, apelando aos aliados para que pressionem a Rússia.

“Putin tem de sentir o custo das suas ambições desvairadas. É necessária uma reacção. É necessário exercer pressão. A Rússia tem de ser forçada a uma paz efectiva, que só pode ser alcançada através da força. Caso contrário, haverá ataques, ameaças e desestabilização russos sem fim - não apenas contra a Ucrânia”, concluiu.

A porta-voz da NATO, Farah Dakhlallah, prometeu que o apoio à Ucrânia continuaria. “O destacamento desta capacidade não irá alterar o curso do conflito nem dissuadir os aliados da NATO de apoiarem a Ucrânia”, referiu a porta-voz, citada pela agência AFP, acusando ainda a Rússia de querer "aterrorizar" os ucranianos.

Segundo a AFP, representantes diplomáticos da NATO e da Ucrânia vão se encontrar em Bruxelas na próxima terça-feira numa reunião sobre o ataque balístico russo.

A utilização de um míssil balístico experimental, conhecido pelo nome Oreshnik, pela Rússia foi admitida por Putin, num discurso ao fim da tarde de quinta-feira transmitido pela televisão russa. Na manhã de quinta-feira, a Ucrânia tinhas acusado a Rússia de ter usado um míssil balístico intercontinental, algo que tinha provocado dúvidas nos aliados ocidentais.

Estes mísseis, segundo a porta-voz do Pentágono norte-americano Sabrina Singh, têm alcance "intermédio" e podem "ser reequipados para transportar certamente diferentes tipos de ogivas convencionais ou nucleares", refere a porta-voz. Putin, no discurso, afirmou que os mísseis viajavam a uma velocidade "hipersónica" - a mais de dez vezes a velocidade do som - e, de acordo com fontes russas consultadas pela Reuters, têm um alcance de cerca de cinco mil quilómetros, permitindo atingir a maior parte da Europa Ocidental e da costa oeste dos Estados Unidos.

Actualizado às 10h00 com informações sobre reunião entre NATO e Ucrânia

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