Contas negativas deixam FC Porto sob pressão de possível novo castigo da UEFA

“Dragões” têm défice de 55 milhões entre receitas e despesas, terão de se explicar à UEFA e delinear estratégia. Negócio recente deverá tornar afastamento das competições europeias pouco provável.

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É altamente improvável que a UEFA venha a castigar o FC Porto MIGUEL VIDAL / REUTERS
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Os efeitos da pressão generalizada em que estão as contas do FC Porto e o mau estado financeiro do clube alastram-se agora também à UEFA. No prospecto do empréstimo obrigacionista em que procuram angariar 30 milhões de euros, os "dragões" revelam que falharam o pilar da estabilidade, apresentando um défice de 55 milhões de euros entre as receitas e despesas relevantes para esta entidade do futebol internacional.

Deste valor, 43 milhões de euros devem-se à época 2022-23, enquanto os restantes 12 milhões foram registados em 2023-24. Os portistas devem ser agora obrigados a apresentar justificações perante a UEFA, adiantando que poderá ser também pedido um novo plano para garantir que este indicador será cumprido nas temporadas futuras.

Está o FC Porto em risco de falhar as competições europeias? É altamente improvável que isso venha a suceder, visto que os portistas asseguraram recentemente um encaixe de 50 milhões de euros num negócio de exploração comercial do estádio com a multinacional Ithaka, algo que permitirá - praticamente - regularizar a situação deficitária.

"O emitente já assegurou contribuições de participantes no capital próprio da FC Porto SAD, mediante a celebração de uma parceria com a Ithaka, que se consubstanciará no valor mínimo de €65.000.000, tendo já recebido €50.000.000 em Outubro de 2024. O referido aporte de capital no montante de €50.000.000 coloca o indicador de estabilidade, nas épocas 2022-2023 e 2023-2024, muito próximo do cumprimento, pelo que o emitente estima o cumprimento do mesmo na época 2024-2025", pode ler-se no prospecto.

Afastado o risco de "mão pesada" da UEFA, podem entrar em jogo outras penalizações, como é o caso de multas. Ainda assim, se o FC Porto conseguir dar provas de que mudará o défice entre receitas e despesas e traçar um novo plano com esta entidade, deverá, em condições normais, escapar a sanções.

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