EUA vetam resolução da ONU sobre cessar-fogo em Gaza por não exigir explicitamente a libertação de reféns

Resolução apelava a cessar-fogo e exigia separadamente a libertação de reféns. EUA votaram contra por não quererem “apoiar cessar-fogo incondicional que não exija a libertação dos reféns”.

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EUA vetam resolução da ONU sobre cessar-fogo em Gaza Amir Cohen / REUTERS
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Os Estados Unidos vetaram esta quarta-feira, 20 de Novembro, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, acusando os membros do conselho de rejeitarem cinicamente as tentativas de chegar a um compromisso.

O conselho, que tem 15 membros, votou uma resolução apresentada pelos seus dez membros não permanentes numa reunião que apelava a um "cessar-fogo imediato, incondicional e permanente" e exigia separadamente a libertação dos reféns. Apenas os EUA votaram contra, utilizando o seu veto enquanto membro permanente do Conselho para bloquear a resolução.

Um alto funcionário dos EUA, que falou com os jornalistas sob condição de anonimato antes da votação, disse que os EUA só apoiariam uma resolução que pedisse explicitamente a libertação imediata dos reféns como parte de um cessar-fogo. "Como já afirmámos várias vezes, não podemos apoiar um cessar-fogo incondicional que não exija a libertação imediata dos reféns", disse o responsável.

Antes da votação, o Reino Unido apresentou uma proposta com uma linguagem diferente que os EUA teriam apoiado para chegar a um compromisso, mas que foi rejeitada, disse o funcionário dos EUA, acrescentando que alguns dos membros não permanentes do conselho (E10) estavam mais interessados em provocar o veto dos EUA do que em aprovar a resolução. "A China continuou a exigir uma 'linguagem mais forte' e a Rússia parecia estar a mexer os cordelinhos com vários membros (eleitos) dos dez", disse o funcionário. "Isto põe em causa a ideia de que se trata de um reflexo orgânico do E10", disse.

A guerra de Israel contra o grupo islamita Hamas teve início após o ataque do movimento palestiniano no território israelita a 7 de Outubro de 2023, que provocou mais de 1200 mortos. Quase 44 mil palestinianos foram mortos na campanha militar israelita de retaliação ao Hamas na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islamita palestiniano.