Pedro Nuno Santos desafia PSD a dizer se vai aprovar aumento das pensões

Líder socialista insta PSD e Governo a dizerem “rapidamente” se apoiam a proposta do PS para o aumento das pensões dos reformados.

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Pedro Nuno Santos Daniel Rocha
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, desafiou este sábado o Governo e o PSD a dizer se vão aprovar a proposta socialista para aumentar as pensões dos reformados, reafirmando, contudo, que a aprovação do Orçamento não está em risco.

"Aquilo que espero é que o PSD e o Governo rapidamente digam se apoiam ou não a proposta do PS para aumentar as pensões dos nossos reformados", disse Pedro Nuno Santos, à entrada para o XX congresso da corrente sindical socialista da CGTP-IN, em Aveiro.

Questionado sobre qual o sentido de voto do PS relativamente à proposta do Orçamento, o secretário-geral dos socialistas referiu que a única questão que interessa, neste momento, é saber o que o PSD e o Governo vão fazer com a proposta do PS para aumentar as pensões dos reformados.

Pedro Nuno Santos deixou no entanto claro que a viabilização do Orçamento do Estado não está em causa seja qual for a decisão do PSD e do Governo, assegurando que esse assunto está ultrapassado e que o PS já definiu o seu sentido de voto.

"Nós não vamos fazer nenhuma chantagem com nenhum partido político nem com o Governo. O que esperamos, obviamente, é que o Governo e o PSD apoiem o aumento das pensões, porque se estavam disponíveis para reduzir o IRC em dois pontos percentuais e portanto em perder 600 milhões de euros de receita fiscal, espero bem que tenham menos do que 300 milhões para aumentarmos as pensões dos nossos reformados", afirmou.

Pedro Nuno Santos referiu ainda que os pensionistas ganham pouco, defendendo que há uma obrigação de aumentar as pensões e disse que espera que até ao momento em que se vote na especialidade o aumento das pensões dos reformados, "o PSD não falte ao país, não falte aos nossos reformados".

O líder dos socialistas deixou ainda críticas ao Governo, acusando o executivo liderado por Luís Montenegro de irresponsabilidade, por estar concentrado no jogo político, em vez de resolver os problemas dos portugueses.

"Temos irresponsáveis para além de incompetentes a governar o país e que em vez de resolverem os problemas que temos, estão concentrados no jogo politico, na pequena politica", disse Pedro Nuno Santos, adiantando que o PS, pelo lado contrário, está concentrado em resolver os problemas dos portugueses.

Ministra recusa responder sobre INEM

Ainda este sábado, a ministra da Saúde escusou-se a comentar as declarações de Pedro Nuno Santos sobre as alegadas intenções do Governo de privatizar o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

"Eu compreendo que queiram falar sobre o INEM, mas eu não vou falar sobre o INEM", disse a ministra Ana Paula Martins, em Braga, à entrada para uma sessão do roteiro "Orçamento do Estado 2025 - Portugal no Bom Caminho".

O secretário-geral do PS comentou hoje uma eventual privatização do INEM, com base nas declarações da ministra da Saúde que, segundo Pedro Nuno Santos, "disse que queria que o INEM fosse apenas um coordenador e não prestador".

Para Pedro Nuno Santos, essa afirmação da ministra quer dizer que "desiste do INEM e a sua solução, aparentemente, é privatizar a prestação da emergência médica em Portugal". Confrontada com estas declarações, Ana Paula Martins repetiu que não ia falar do INEM.

O Ministério Público (MP) abriu sete inquéritos às mortes possivelmente relacionadas com falhas no socorro do INEM. Além dos inquéritos abertos pelo MP, as falhas no socorro por parte INEM, designadamente atrasos no atendimento de chamadas, motivaram igualmente a abertura de um inquérito pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS).

A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), que no dia 4 de Novembro coincidiu com a greve da função pública. A greve dos TEPH acabou por ser suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do sector.