Mau tempo no Algarve: comboio descarrilou entre Fuzeta e Olhão, mulher resgatada de ribeira

Linha ferroviária está interdita na Fuzeta. Faro e Beja estão sob aviso amarelo na manhã deste sábado.

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Pomares completamente alagados devido à precipitação forte, que caiu em Vila Real de Santo António LUÍS FORRA / LUSA
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Estrada principal de entrada para Altura, completamente alagada devido à precipitação forte LUÍS FORRA / LUSA
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A linha ferroviária do Algarve está desde a manhã de sábado interdita na zona da Fuzeta (Olhão) devido ao descarrilamento de uma composição, causado por pedras arrastadas pelas chuvas para a linha. O trajecto mantém-se activo, com transbordo entre Fuzeta e Olhão por estrada.

Segundo a porta-voz da CP – Caminhos de Portugal, o acidente ocorreu pelas 7h deste sábado. "É preciso retirar todas as pedras e recarrilar o comboio." Caindo a noite, ainda decorriam os trabalhos. E já ninguém se atrevia a dizer quando seria restituída a normalidade.

A Estrada Nacional 125 também chegou a estar interrompida, na zona de Luz de Tavira, por causa das inundações causadas pelas fortes chuvas que caíram de sexta para sábado, durante a noite e a madrugada. Indicou a Protecção Civil que a via foi reaberta ao trânsito por volta das 11h30.

Mantiveram-se ainda as interdições na Estrada Municipal 514-2, na Ponte de São Domingos, no sítio da Asseca, em Tavira, na Estrada Municipal 516-2, entre Moncarapacho e Alfandanga e na Estrada Nacional 397, entre Tavira e Cachopo, de acordo com o Comando Regional do Algarve.

As chuvas provocaram outros acidentes na região do Algarve. Este sábado, uma mulher caiu na ribeira de Alfandanga, em Olhão. Uma vez resgatada, foi socorrida na ambulância de suporte de vida de Tavira do Instituto Nacional de Emergência Médica e transportada para a Unidade Local de Saúde do Algarve.

Ainda na sexta-feira, duas pessoas ficaram desalojadas em Castro Marim - os dois idosos de nacionalidade francesa foram temporariamente realojados numa unidade hoteleira pela autarquia. Outras duas pessoas tiveram de ser resgatadas em Tavira devido à forte precipitação - uma de dentro de uma viatura na Ribeira do Almargem e outra de uma habitação localizada na Asseca.

As zonas baixas de Tavira despertaram inundadas. “As ribeiras transbordaram, a água arrastou terras e fez tombar muros”, explicou Carlos Botelho, dos Bombeiros Municipais de Tavira.

A água entrou em inúmeras garagens e habitações. A zona mais crítica verificou-se na Luz de Tavira, com a água a entrar na igreja. A norte de Tavira, chegou a ficar cortada “a estrada que dá acesso a Cachopo", zona serrana.

Essa é uma situação que, segundo afirmou Botelho, acontece “sempre que chove com mais intensidade”. Prevendo o problema, “os autarcas tinham mandado limpar as linhas de água, o que minimizou os riscos”. Com a baixa da maré, previa-se que regressasse à normalidade.

Em comunicado, aquela autarquia do distrito de Faro adiantou ter tido diversas solicitações de apoio aos bombeiros municipais. Após triagem, foi dada resposta a 20 pedidos.

No total, entre as 00h e as 8h, a meteorologia adversa foi responsável por 148 ocorrências no Algarve, que envolveram 441 operacionais e 178 meios terrestres, disse à Lusa o Comando Regional do Algarve da Protecção Civil. Apesar do susto, não houve vítimas nem danos pessoais.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) pôs este sábado novamente os distritos de Faro e Beja sob aviso amarelo devido à previsão de aguaceiros, pontualmente fortes e que poderão ser acompanhados de trovoadas e granizo, um alerta que vigora até às 13h.

Actualizado às 13h48 com a reabertura da EN 125 e às 14H50 com mais detalhes sobre a interrupção da linha de comboio.