Israel nega ter dito que pessoas que saem do Norte de Gaza não vão poder voltar

Exército afirma que declarações foram tiradas de contexto e não correspondem a política oficial.

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Palestinianos verificam os danos a uma escola que servia abrigo para pessoas deslocadas que foi atingida por um ataque israelita Mahmoud Issa / REUTERS
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O Exército de Israel negou que fosse política oficial o não permitir que as pessoas que estão a sair das suas casas na mais recente ofensiva no Norte da Faixa de Gaza, que começou a 5 de Outubro, depois de terminada a operação, como tinha sido noticiado pelo diário britânico The Guardian.

Isto no dia em que a intensidade dos bombardeamentos das forças israelitas aumentou e foram ainda ordenadas evacuações de mais zonas.

O Guardian tinha citado um responsável militar israelita, o general Itzik Cohen, em declarações a jornalistas israelitas, dizendo que as forças no terreno estavam a chegar mais perto da “evacuação total” do Norte da Faixa de Gaza e que os habitantes locais não seriam autorizados a regressar.

A ajuda humanitária poderia entrar “regularmente” no Sul mas não no Norte, porque “não restam lá civis”, terá ainda dito Cohen.

O jornal britânico comentava que a afirmação de Cohen parecia “ser a primeira admissão oficial de Israel de que está a remover sistematicamente palestinianos do local [Norte de Gaza]”.

O diário britânico diz que pediu esclarecimentos ao Exército sobre as declarações, mas não obteve resposta.

Esta quinta-feira, um porta-voz disse que os comentários de Cohen tinham sido tirados de contexto numa discussão sobre um dos locais do Norte, o campo de refugiados de Jabalia, e que “não reflectem os objectivos e valores das IDF [a sigla em inglês das Forças de Defesa de Israel]”.

Segundo o Times of Israel, no briefing foi dito aos jornalistas que os civis que estão a ser retirados de Jabalia não vão, por agora, poder voltar, para permitir ao exército continuar as suas operações contra o Hamas no local.

As frases citadas, incluindo aquela sobre a ajuda humanitária, juntaram-se, no entanto, a uma suspeição geral de habitantes e organizações de ajuda que Israel estava a aplicar um plano conhecido como o “plano dos generais” ou mesmo “rendam-se ou morram à fome”, em que os habitantes que não saiam dos locais cercados, em que não entra qualquer ajuda, seriam tratados como combatentes.

Não era claro quantas pessoas permaneciam nas zonas do Norte de Gaza alvo da mais recente ofensiva – desta vez, a zona foi cortada acima da Cidade de Gaza, para onde têm fugido muitas pessoas (na ofensiva anterior, a Cidade de Gaza estava incluída na zona Norte).

O Exército diz que permitiu a entrada de ajuda para a zona cercada, que inclui Jabalia, Beit Hanoun e Beit Lahiya. Os habitantes destes locais dizem que não entrou qualquer ajuda desde o início de Outubro (e este foi ainda o mês em que entrou menos ajuda no total em toda a Faixa de Gaza de toda a guerra).

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