Ataques israelitas fazem pelo menos 40 mortos no Leste do Líbano

Ministério da Saúde libanês denuncia bombardeamentos mortíferos de Israel em Beqaa e Balbeque na quarta-feira. Ruínas romanas património da UNESCO foram atingidas e danificadas.

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Israel também atacou na quarta-feira os subúrbios da capital, Beirute Haider Kadhim / REUTERS
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Pelo menos 40 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas na região oriental do Líbano, na sequência de uma série de bombardeamentos levados a cabo pela Força Aérea israelita na quarta-feira, denunciou o Ministério da Saúde libanês.

Os ataques israelitas ocorreram perto das cidades de Beqaa e de Balbeque e, segundo a Reuters, não foram precedidos de ordens de evacuação por parte das Forças de Defesa de Israel (IDF).

Um responsável das IDF disse que os bombardeamentos tiveram como alvo membros do movimento xiita Hezbollah, apoiado pelo Irão, mas não explicaram porque não emitiram ordens de evacuação das populações civis das localidades atingidas.

No mesmo dia, por exemplo, as IDF fizeram vários alertas antes de bombardearem o que disseram ser centros de comando e de armazenamento de armamento do Hezbollah nos subúrbios da capital, Beirute.

De acordo com o ministro da Cultura do Líbano, Mohammad Mortada, os ataques em Balbeque atingiram e causaram danos consideráveis num edifício do período otomano, integrado numas ruínas romanas que são Património Mundial da UNESCO.

“A destruição deste monumento excepcional perto de um local classificado como Património Mundial da UNESCO é uma perda irremediável para o Líbano e para o património mundial”, lamentou o ministro, citado pela Reuters.

Os ataques de quarta-feira foram realizados poucas horas depois de o novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, ter reagido à vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, dizendo que “a única coisa que pode travar a guerra de agressão” no Líbano é o que está a acontecer “no campo de batalha” e não qualquer “acção política”.

As 40 mortes dos ataques israelitas de quarta-feira ocorrem cerca de 24 horas depois de outro bombardeamento das IDF, na localidade de Barja, no litoral, ter matado outras 30 pessoas.

A ofensiva israelita no Líbano já matou mais de 3000 pessoas no último ano, a grande maioria no último mês e meio, quando as IDF intensificaram os bombardeamentos e invadiram o Sul do país vizinho.

Israel justifica a operação militar no Líbano afirmando que o seu objectivo é neutralizar o Hezbollah, que, por sua vez, também aumentou o número de rockets disparados contra o território israelita desde o início da guerra das IDF na Faixa de Gaza contra o Hamas.

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