Marcelo visitou bairro do Zambujal e conversou com familiares de Odair

Presidente da República ainda jantou na Amadora, numa deslocação que não foi divulgada com antecedência à comunicação social.

Foto
Bairro do Zambujal, na Amadora Rui Gaudêncio
Ouça este artigo
00:00
02:04

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O Presidente da República esteve esta sexta-feira no bairro do Zambujal, na Amadora, onde visitou a esquadra da PSP e conversou com familiares de Odair Moniz, baleado mortalmente por um polícia na madrugada de 21 de Outubro, no Bairro da Cova da Moura.

A visita não constava da agenda do chefe de Estado transmitida à comunicação social, tendo sido divulgada posteriormente, através de uma nota na página da Presidência da República.

"Tal como tinha anunciado, o Presidente da República iniciou hoje visitas informais na zona de Grande Lisboa, tendo estado na Amadora, juntamente com o presidente da câmara municipal, no bairro do Zambujal, onde visitou a esquadra da PSP, e conversou com diversos moradores daquele bairro, incluindo familiares de Odair Moniz", lê-se na nota.

De acordo com a Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa também jantou na Amadora, "onde visitou o quartel dos bombeiros".

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de Outubro e morreu pouco depois, no hospital. Segundo a PSP, pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

A Inspecção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos, e o agente que efectuou os disparos foi constituído arguido.

Nessa semana registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade.

O novo procurador-geral da República, Amadeu Guerra, pediu celeridade na investigação à morte do cidadão e rapidez nas perícias da Polícia Judiciária e do Instituto Nacional de Medicina Legal.