Carta astrológica das eleições americanas

O problema com a nova astrologia eleitoral é que não tenta sequer ser melhor do que as disciplinas estatísticas que pretende substituir. Pelo contrário, contenta-se em ser ciência de imitação.

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Num momento de fraqueza, passei vários minutos da última semana a ler artigos sobre o estado das sondagens para as presidenciais dos Estados Unidos. Dois deles — um no Expresso, outro numa revista americana (creio que foi a Atlantic) — eram sumários genéricos e didácticos: as sondagens não são infalíveis, podem “acertar em cheio ou ao lado”, os inquéritos de opinião são úteis para formar um retrato provisório das intenções de voto, mas não conseguem prever o futuro, etc, etc. Os pormenores não prenderam a atenção, fundindo-se num caldo homogéneo, porque passei dois terços da minha vida adulta a ler o mesmo artigo, com diligente periodicidade, de quatro em quatro anos.

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