Livraria Lello apresenta três projectos culturais e turísticos para o Porto

Depois de, em Junho, ter visto chumbada a torre de 21 metros com miradouro, o grupo apresentou agora três projectos para a Baixa da cidade.

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A obra na Rua das Carmelitas arranca já na próxima segunda-feira Nelson Garrido
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Uma intervenção assinada por Álvaro Siza na Rua das Carmelitas, mesmo ao lado da livraria Lello, o projecto na Rua das Galerias de Paris 66-80, do arquitecto Nuno Valentim, e um terceiro no Circuito Criativo de São Bento – Loureiro, com assinatura do arquitecto Álvaro Leite Siza, são os três novos projectos que o grupo de Avelino Pedro Pinto ​tem para o Porto, no que chamou a "cidade da proximidade". Além destes, o administrador garantiu o seu empenho em resolver o impasse sobre a reabilitação do Teatro Sá da Bandeira e adiantou que os prédios na Rua do Cativo serão alvo de uma intervenção que envolve seis arquitectos galardoados com o prémio Pritzker.

Em conferência de imprensa, realizada nesta quinta-feira, Avelino Pedro Pinto, acompanhado por alguns dos arquitectos envolvido, como Nuno Valentim e António Choupina, apresentou um pacote de projectos turísticos e culturais, o primeiro dos quais começa a tomar forma para a semana: a renovação do prédio da Rua das Carmelitas, que deverá ser inaugurado em 2026. Depois de verem as autoridades negarem a construção do miradouro com 21 metros de altura, o projecto do elevador do gabinete de arquitectura de Álvaro Siza - que integra o projecto para este edifício - foi alterado e já tem luz verde.

Mas além deste, o grupo avança em novas frentes, tendo o administrador afirmado que está “a realizar um sonho”, sendo que este é “um investimento na Livraria, mas principalmente, é um investimento para a cidade do Porto”.

O projecto pensado para a Rua das Galerias de Paris virá a ser o edifício-sede da Livraria Lello, albergando os actuais 70 funcionários, que, segundo Pedro Pinto, serão 120 em 2026 e mais de 200 em 2027. Além de escritórios, haverá salas de exposições, de espectáculos, cozinha partilhada e até uma “mesa do chefe”. O investimento neste edifício com 1000 metros quadrados é de mais de cinco milhões de euros. Prevê-se o arranque das obras para o ano.

No Circuito Criativo de São Bento – Loureiro serão investidos 30 milhões de euros na recuperação e adaptação dos oito edifícios adquiridos há oito anos. Já haverão contactos com artistas nacionais e internacionais, como é o caso de Pedro Abrunhosa. Uma novidade do projecto é a recuperação da Ourivesaria Cunha (onde estava a Confeitaria Serrana), com uma “interpretação contemporânea”, que irá ter à venda peças do arquitecto Siza Vieira, por exemplo.

Quanto à Serrana, Francisca Pinto, filha do administrador, anunciou que um chefe pasteleiro irá tentar recuperar a receita original da bola de Berlim da Confeitaria Serrana, passando a chamar-lhe “Pastel de São Bento”. “Preservar a história, respeitar o local são as bases destes projectos”, apontou.

Para preservar a história, António Choupina explica que a solução encontrada para estes edifícios degradados perto de São Bento passará pelo reaproveitamento da pedra, transformando as fachadas em lombadas de livros, com um interior a tentar passar a ideia de se estar dentro de páginas ou em livrarias infinitas. “No fundo, são tributos à própria cidade”, diz o arquitecto.

Texto editado por Ana Fernandes

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